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Economia
Quarta - 27 de Junho de 2007 às 09:21

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Economistas do mercado financeiro lamentaram a decisão do Banco Central de manter em 4,5% a meta de inflação para o próximo ano, anunciada nesta terça-feira, e preferiam um índice de 4%.

"Não foi uma surpresa, mas nem por isso foi a melhor decisão", disse o economista-chefe do Banco ABN-Amro para América Latina, Alexandre Schwartzman.

"Era uma oportunidade excelente para baixar a meta para um índice mais próximo dos outros países e mostrar que não haverá tolerância com a inflação", afirmou.

O economista Rafael de la Fuente, responsável por América Latina no BNP-Paribas em Nova York, disse que a manutenção em 4,5% "manda um sinal expansionista" para o mercado.

"Poderia ser 4%, já que a inflação está abaixo disso", avalia.

'Política'

"A interpretação é de que não temos uma meta rígida", disse o economista Alexandre Lintz, economista-chefe do BNP no Brasil. "Foi uma decisão mais política do que técnica."

Mas ele disse que a situação do Brasil, entre os investidores, de um modo geral é positiva. "Foi uma não surpresa, depois de uma série de surpresas positivas", avalia Lintz.

Na opinião de Schwartzman, a manutenção da meta em 4,5% indica uma visão ultrapassada por parte do governo, de que existe uma oposição entre inflação e crescimento.

"Tem gente que ainda acha que para crescer é preciso tolerar inflação mais alta, mas isso já está superado há muito tempo", afirma o economista, que foi diretor da área internacional do Banco Central entre 2003 e 2006.

"Como a inflação dos últimos 12 meses está em 3,6% e as expectativas são de inflação abaixo, a redução da meta não envolve nenhum custo", afirma.

'Decisão correta'

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor do Instituto de Economia da Unicamp, acha que a manutenção da meta de inflação em 4,5% está correta e que o debate sobre a mudança é desnecessário. "É uma questão que nem deveria ter sido colocada", afirma.

Ele defende a fixação de metas de prazo mais longo, sem modificações freqüentes, mas ao mesmo tempo com um esforço do governo para reduzir a inflação real.

"É preciso ter uma meta como ponto de referência, e caminhar em direção a ela. O que importa é a direção, não a meta", afirma.

Na avaliação de Belluzzo, é o câmbio apreciado (dólar baixo em relação ao real) que mantém a inflação baixa, mas é preciso reduzir mais fortemente a taxa de juros para aumentar o crescimento.

"A meta de inflação está correta, o que está errado é o juro", diz ele.





Fonte: BBC Brasil

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