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Ministério da Integração Nacional pede reintegração de área invadida em Cabrobó
Manifestantes contrários ao desvio das águas do rio São Francisco invadiram hoje uma área em Cabrobó (PE), onde o Exército começou as obras de transposição, para pedir a revogação do projeto. O Ministério da Integração Nacional informou que as obras vão continuar independentemente da manifestação e já pediu a reintegração de posse das terras.
Os manifestantes reivindicam a imediata suspensão da obra de transposição (iniciada no dia 5 de junho), a entrega de parte das terras ao povo indígena trucá e obras para o aproveitamento do período chuvoso do semi-árido.
De acordo com os organizadores da manifestação, cerca de 1.200 pessoas ligadas a movimentos sociais, sindicatos e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, de seis Estados, chegaram à cidade pernambucana em 20 ônibus e carros particulares por volta das 2h de hoje.
O grupo ergueu barracas de lona plástica, que formaram um grande círculo no canteiro de obras, a cem metros da margem do rio São Francisco, próximo ao km 29 da BR-428.
De acordo com a CPT (Companhia Pastoral da Terra), a área onde foi montado o acampamento integra três fazendas desapropriadas pelo governo federal. Não houve confronto durante a invasão --os militares do Exército estavam do lado de fora da fazenda e só apareceram mais tarde ao local para retirar dois tratores. A Polícia Militar só acompanhou o ato.
Os manifestantes pretendem ficar na área por tempo indeterminado.
Na área invadida está sendo feita a medição topográfica que antecede o início da construção do primeiro dos dois canais que vão desviar parte das águas do rio por centenas de quilômetros, para os Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Acampamento
No portão de entrada da fazenda Mãe Rosa, que integra a área desapropriada pela União, de dez a 15 invasores formam uma equipe de vigilância que solicita a identificação das pessoas. O acesso ao local é restrito e a placa de todos os veículos que entram na fazenda é anotada. Os acampados receberam uma pulseira verde de papel, que serve para o livre trânsito na área. Apenas as lideranças são orientadas a falar.
Uma grande cozinha foi montada no acampamento e longas filas se formam na hora das refeições. Todas as instruções são passadas por um carro de som.
No início da noite, índios da etnia trucá dançaram e cantaram ao redor de uma fogueira com trajes típicos. Lideranças dos trucá reivindicam terras que foram desapropriadas.
"Essa é uma área indígena desde 1645. Historicamente, meu povo sempre viveu aqui", disse o cacique dos trucá Aurivan dos Santos Barros, 34, da tribo na ilha de Assunção (PE).
Os manifestantes divulgaram hoje o manifesto "O Nordeste é viável sem transposição e com ética na política" para expor as reivindicações do grupo.
Outro lado
"Nós queremos um diálogo, sim, mas o governo, pelo menos na minha área, não pode ficar refém absolutamente de ninguém. Não se pode começar um diálogo com um 'exigimos que pare a obra'", disse o ministro Geddel Vieira Lima. O Ministério da Integração Nacional enviou um interlocutor para Cabrobó.
Os manifestantes reivindicam a imediata suspensão da obra de transposição (iniciada no dia 5 de junho), a entrega de parte das terras ao povo indígena trucá e obras para o aproveitamento do período chuvoso do semi-árido.
De acordo com os organizadores da manifestação, cerca de 1.200 pessoas ligadas a movimentos sociais, sindicatos e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas, de seis Estados, chegaram à cidade pernambucana em 20 ônibus e carros particulares por volta das 2h de hoje.
O grupo ergueu barracas de lona plástica, que formaram um grande círculo no canteiro de obras, a cem metros da margem do rio São Francisco, próximo ao km 29 da BR-428.
De acordo com a CPT (Companhia Pastoral da Terra), a área onde foi montado o acampamento integra três fazendas desapropriadas pelo governo federal. Não houve confronto durante a invasão --os militares do Exército estavam do lado de fora da fazenda e só apareceram mais tarde ao local para retirar dois tratores. A Polícia Militar só acompanhou o ato.
Os manifestantes pretendem ficar na área por tempo indeterminado.
Na área invadida está sendo feita a medição topográfica que antecede o início da construção do primeiro dos dois canais que vão desviar parte das águas do rio por centenas de quilômetros, para os Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Acampamento
No portão de entrada da fazenda Mãe Rosa, que integra a área desapropriada pela União, de dez a 15 invasores formam uma equipe de vigilância que solicita a identificação das pessoas. O acesso ao local é restrito e a placa de todos os veículos que entram na fazenda é anotada. Os acampados receberam uma pulseira verde de papel, que serve para o livre trânsito na área. Apenas as lideranças são orientadas a falar.
Uma grande cozinha foi montada no acampamento e longas filas se formam na hora das refeições. Todas as instruções são passadas por um carro de som.
No início da noite, índios da etnia trucá dançaram e cantaram ao redor de uma fogueira com trajes típicos. Lideranças dos trucá reivindicam terras que foram desapropriadas.
"Essa é uma área indígena desde 1645. Historicamente, meu povo sempre viveu aqui", disse o cacique dos trucá Aurivan dos Santos Barros, 34, da tribo na ilha de Assunção (PE).
Os manifestantes divulgaram hoje o manifesto "O Nordeste é viável sem transposição e com ética na política" para expor as reivindicações do grupo.
Outro lado
"Nós queremos um diálogo, sim, mas o governo, pelo menos na minha área, não pode ficar refém absolutamente de ninguém. Não se pode começar um diálogo com um 'exigimos que pare a obra'", disse o ministro Geddel Vieira Lima. O Ministério da Integração Nacional enviou um interlocutor para Cabrobó.
Fonte:
Agência Folha
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/219605/visualizar/
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