Mortalidade empresarial é combatida com educação, diz professora da UFMT

Há no Brasil um grande contingente de empresas que nascem e não sobrevivem mais que três anos. Assistir a morte de um negócio é doloroso e muitas vezes traumático. Empreendedores em suas trajetórias têm buscado diversas formas para manterem-se no mercado. Dentre os motivos que geralmente contribuem para o encerramento prematuro das atividades, constam à falta de preparação na administração do negócio e falha em nível gerencial. A educação empreendedora tem sido apontada como fator importante para minimizar o problema. A Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT, através da Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis – FAECC tem contribuído neste sentido, além da graduação normal, realizando, desde 2002, a Pós-graduação lato sensu MBA em Gestão Estratégica.

É objetivo do MBA em Gestão Estratégica do Departamento de Administração, proporcionar aos participantes novos conceitos de estratégia de gestão, para garantir a dinâmica, a flexibilidade e a prontidão nas organizações, quer sejam públicas ou privadas, dentro de um cenário internacional, face ao mundo globalizado”. Segundo a coordenadora do curso, Cecília Arlene Moraes, os participantes deste MBA recebem informações gerenciais multifuncionais para tomadas de decisões. “Aqui aprende e aplica”. Elabora o planejamento e o Plano de Negócios seguindo as necessidades de mercado, assim já começa a ter a visão empreendedora, roteirizando o seu negócio e enfrentando os desafios”. No ponto de vista da coordenadora, a mortalidade empresarial se combate com educação, principalmente com foco nas competências e habilidades do empreendedor.

Na semana passada, o que a professora Cecília falou pôde ser vivenciado. A quinta turma do MBA em Gestão Estratégica foi avaliada, quando foram apresentados projetos empresariais, de uma das disciplinas. Os alunos, em grupos, foram avaliados nos quesitos: criatividade, inovação, comunicação, redação, organização, performance e relacionamento. Eles mostraram amadurecimento para implantar um novo negócio.

Foram apresentados projetos na disciplina de gestão estratégica, ao todo oito, sendo seis empresariais: Intelpec- Inteligência em Processos e Consultoria, Saurhini & Associados S.A. - Indústria e Comércio de Couros Bovinos; Inova Comércio de Produtos Farmacêuticos, com nome fantasia de Ligped Medicamentos; Kaeté Brasil Comércio de Flores Tropicais; Alimentos Diet, e dois focados em apresentar soluções para organizações que já se encontram aplicando programas para atendimento de saúde e social, no caso o Hospital do Câncer e as Obras Social Wantuil de Freitas, por meio do MERCATUDO.

A criatividade e a inovação é o que mais conta ponto na avaliação dos projetos apresentados. A professora Cecília destaca, por exemplo, que quanto mais se tem inovação e criatividade no negócio mais chance a empresa tem de fazer sucesso e expandir. “Hoje para permanecer no mercado obrigatoriamente tem que ser um empreendedor inovador”, frisou.

O curso de MBA em Gestão Estratégica da UFMT, segundo a professora Cecília sempre teve este formato, a aplicação do conhecimento, vivenciando cada fase do processo de aprendizagem, no que pode ser chamado de uma oficina de empreendedorismo. E foi a partir da primeira turma que surgiu o sonho de se revitalizar a incubadora sediada na UFMT, e somente em 2006 iniciou-se os estudos para a criação da Arca Multincubadora, um centro de inteligência em negócios sustentáveis ancorado em um sistema multidisciplinar de conhecimento que busca elevar o índice de sobrevivência das micro e pequenas empresas no mercado. Muitas vezes um aluno sai do MBA em Gestão Estratégica, com uma grande idéia e pode incubar seu projeto na Arca.

Embora já seja um empreendedor, na área de decoração, Auge Capusso fez o curso para melhorar sua performance. Ao concluir esta importante etapa ele destacou que foi uma experiência muito próxima da realidade, ou seja, do que é possível dentro dos limites do correr risco com os investimentos. Já Luciene Tieme Yamaguti, que trabalha com Tecnologia de Informação, aponta que o trabalho desenvolvido durante o MBA foi desafiador, “nós estudantes temos que pensar no futuro analisando tudo, e verificar o que o mercado está precisando, caso contrário a empresa já nasce morta”, frisou.

Aloma Tatiana de Melo, disse que o curso foi muito válido para o melhor desempenho profissional, sendo que atua como gerente negocial em um banco. “Mesmo estando no mercado aprendi muito”, disse ela, que teve a oportunidade de desenvolver, em equipe, um projeto focado na área social, apresentando soluções estratégicas visando melhorar um negócio, o Mercatudo, desenvolvido na Obras Sociais Wantuil de Freitas.

Walquíria Scneider atua na área de marketing, e segundo ela o curso fez com que vislumbrasse outros horizontes em sua profissão, dando ferramentas necessárias para buscar entender outros processos, a exemplo da contabilidade, do controle de qualidade, financiamento, entre outros aspectos que até então não tinha conhecimento. Ela juntamente com outros colegas de cursos, desenvolveram um projeto para o Hospital do Câncer e foi gratificante. Denise Libardi, engenheira participou deste desenvolvimento e destacou que no curso pode ousar, utilizando o que aprendeu dentro de várias possibilidades, com a liberdade para inovar, usando conceitos e aplicando de forma correta no mercado.

Jair Pereira da Silva é administrador de empresas na área pública, e no MBA em Gestão estratégica pode ter a oportunidade de projetar em equipe um negócio na área privada. Achou muito interessante. Pois desenvolveu habilidades e teve a oportunidade de ver na prática o que aprendeu. “Saio deste curso preparado para montar um negócio”, frisou. Rosangela Marasca compartilha da opinião do administrador, ela considerou que o curso veio para complementar sua graduação na área de administração, sendo que atua como analista de qualidade. Ela aponta que abrir um negócio não é nada fácil. E se não tem conhecimento do ramo é ainda mais complicado, segundo ela é preciso se preparar para enfrentar os problemas. No projeto desenvolvido em grupo já se teve uma idéia disso, caso não houvesse persistência e conhecimento do mercado, no primeiro momento já fecharia a empresa, ou seja, no seu caso, não desenvolveria o projeto..

Se ousadia faz parte do perfil empreendedor, o capital também é considerado como um fator determinante. Cheila Ester Anton é representante área médica e no curso teve a oportunidade de desenvolver um projeto para atender as necessidades deste mercado, estabelecendo uma relação estratégica inovadora, no formato de delivery. “Se eu tivesse dinheiro abriria o negócio hoje”, disse ela, apontando que foi inspirada em sala de aula para trabalhar, com seu grupo, num projeto totalmente viável. São inúmeros os projetos que nascem entre pós-graduandos que podem se tornar realidade. O MBA em Gestão Estratégica da UFMT tem um valor agregado, pois a Arca Multincubadora certamente contribuirá no sentido de estimular o espírito empreendedor de cada um. Vale informar que as inscrições já estão abertas para novas turmas, com processo seletivo nos dias 11 e 12 de agosto. O curso tem 26 módulos, e carga de 450 horas, devendo no final ser apresentada monografia individual. A Taxa de inscrição é R$ 80,00. Outras informações pelos telefones: 3648-1400 ou 3615-8086.