Impasse nos juros adia anúncio do Plano Safra
Até lá, líderes rurais travam uma dura negociação com a equipe econômica do governo. A proposta do Executivo é reduzir as taxas do custeio de 8,75% para, no máximo, 6,75% ao ano. A bancada ruralista, porém, briga por uma queda ainda maior e pressiona para que o índice chegue a 4,5% para os financiamentos de custeio e 5,5% para investimento.
Diante da resistência do Ministério da Fazenda, as negociações passaram da área técnica para a articulação política. Hoje, deputados levam ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, um pedido especial: antes do lançamento do plano, a bancada quer uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O Ministério da Fazenda está resistindo. Se não houver progresso, vamos pedir um contato direto com o presidente Lula", adianta o deputado Luís Carlos Heinze (PP).
Mais uma rodada de negociações ocorre ainda hoje, durante um café da manhã com a participação da bancada e do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os deputados vão levar tabelas de custo de produção para provar a necessidade da queda dos juros. O principal argumento dos produtores é que a redução das taxas para a agricultura deve seguir a tendência de queda da taxa Selic.
"Até quinta-feira, estamos concentrados nesta questão dos juros", revela Heinze.
O que já está praticamente fechado é o total a ser liberado para custeio e financiamento para a agricultura empresarial. O Plano Safra passado contou com R$ 50 bilhões. Para este ano, a expectativa é de que o total chegue a R$ 60 bilhões. Os agricultores já estão avisados de que a questão das dívidas não será resolvida até a próxima quinta-feira. As tratativas sobre a renegociação dos débitos segue de maneira paralela.
Comentários