Cicarelli perde ação contra YouTube; juiz libera vídeo de sexo
A modelo e o namorado, autores da ação, pediam uma indenização ao YouTube e outros meios de comunicação pela exibição do vídeo e publicação de fotos extraídas dele. A Justiça considerou o pedido improcedente.
A decisão, do juiz Gustavo Santini Teodoro, é a sentença do processo de 1ª instância, que corre na 23ª Vara Cível da Capital. Fica suspensa a proibição do vídeo do casal ir para o ar.
No entanto, de acordo com a Justiça do Estado de São Paulo, o vídeo não poderá ser colocado imediatamente no site. A apresentadora ainda pode recorrer na Justiça paulista contra a decisão.
Histórico
Em 18 de setembro de 2006, um vídeo mostrou cenas calientes de Cicarelli e o namorado em uma praia espanhola. As imagens foram feitas por um paparazzo e colocadas inicialmente no famoso site de compartilhamento de vídeos do Google. Por causa de um ação judicial, o material foi retirado do ar, mas internautas insistiram em postar o vídeo disfarçado.
Em janeiro, uma decisão judicial provocou uma suspensão temporária do serviço do site, devido à exibição do vídeo de Cicarelli, irritando usuários, que protestaram contra a modelo, que chegou a negar ser autora do processo judicial, mas depois pediu desculpas aos internautas.
Precedente
De acordo com o advogado do YouTube, Luiz Edgard Montaury, o site não havia sido informado da liminar pela Justiça e foi informado da história pela imprensa. Montaury disse que a representação do site se apresentou então à Justiça brasileira, mas que não desacatou nenhuma ordem.
Na decisão de hoje, um dos argumentos do YouTube foi a de que "quando [Tato e Daniella] resolveram namorar à luz do dia em famosa praia da Espanha, abriram mão do direito à intimidade e à privacidade, em prol talvez de uma fantasia ou algo do gênero".
Como jurisprudência, o magistrado Gustavo Santini Teodoro, utilizou um caso de topless em uma praia brasileira.
Para Montaury, a decisão é "um precedente muito importante a nível mundial".
"Pessoas públicas fazendo atos em locais públicos perdem aquela privacidade", disse o advogado ao comentar a decisão do juiz.
Para o advogado, uma outra discussão que não precisou vir à tona no processo foi a responsabilidade dos réus. Pois as cenas foram tomadas por uma paparazzo, colocadas na web por diferentes usuários e veiculadas por mídias.
Apesar das cenas de sexo presentes no vídeo, Montaury afirma que o site não costuma vetar este tipo de conteúdo. "O YouTube não autoriza nem desautoriza", afirmou.
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