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Nacional
Segunda - 25 de Junho de 2007 às 23:59

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BRASÍLIA - Apesar de 14 sargentos terem sido afastados do controle aéreo civil e a Aeronáutica ter informado que não encontrou novos focos de resistência e de solidariedade às "lideranças negativas", controladores insatisfeitos estão se articulando e avaliando a possibilidade de pedir uma "baixa coletiva".

De acordo com lideranças da categoria, pelo menos 60 controladores já estariam dispostos a pedir baixa, em resposta às punições impostas e ao que chamam de "regime de terror" implantado no Cindacta-1. Além da baixa coletiva, os controladores falam até em uma nova paralisação.

No Comando da Aeronáutica, no entanto, essa possibilidade de paralisação é considerada "impossível". Oficiais consultados pelo Estado informaram que o clima é de normalidade dentro do Cindacta e que os sargentos da defesa aérea, que estão acostumados a estresses e maiores exigências militares do que os que trabalham no tráfego aéreo civil, já teriam assumido pelo menos dois setores do centro integrado.

Nesta terça-feira, as mulheres dos controladores de tráfego aéreo prometem marcar o dia com várias manifestações. Primeiro, estarão presentes no encontro sul-americano na categoria, que será aberto às 9 horas, na Assembléia Legislativa do DF. Às 11 horas, avisaram que estarão no Comando da Aeronáutica, para uma audiência com o brigadeiro Juniti Saito - o Comando, no entanto, não confirma o encontro. A partir das 13 horas elas promovem uma nova passeata na Esplanada dos Ministérios e chegarão até a Câmara dos Deputados para pedir intermediação dos parlamentares pelo fim das punições aos controladores.

Uma das mulheres dos sargentos explicou que o clima entre os controladores que estão trabalhando no Cindacta é muito ruim. Avisou ainda que eles estão mesmo dispostos a dar baixa da Força ou a promover novas paralisações, mesmo sabendo que isso seja o mesmo que "dar um tiro no próprio pé".

E justificou: "É que eles sabem que não têm mais nada a perder". Para ela, os controladores já estão sendo punidos e poderão ficarão em situação pior quando forem concluídos os IPMs, podendo chegar até mesmo à expulsão - os que forem enquadrados em crime de motim, por causa da paralisação do dia 30 de março, poderão pegar até 8 anos de prisão e, depois de dois anos, eles são expulsos da FAB.

Os controladores dizem, também, que mesmo que seja assinada a Medida Provisória concedendo gratificações para a categoria, elas serão irrisórias, perto do que os seus pares, em outros países, recebem. Consideram que, por estarem atrelados à carreira militar, pouco poderão melhorar em termos salariais, mesmo com a criação da nova estrutura de carreira que está sendo montada, permitindo que os sargentos cheguem ao posto de coronel, o que aconteceria em final de carreira.





Fonte: Estadão

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