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Polícia Brasil
Segunda - 25 de Junho de 2007 às 21:54

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ARAÇATUBA - Grampos telefônicos divulgados pela polícia revelam que cinco integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) promoveram um ´tribunal´ paralelo para julgar, condenar e matar o agricultor Everardo Roque de Lima, assinado com requintes de crueldade no Natal de 2006, em Limeira, interior de São Paulo.

A ´sentença´ teria sido dada de dentro da Penitenciária de Sumaré. Lima, que não tinha passagens pela polícia, foi torturado; teve o antebraço decepado e os olhos arrancados antes de ser morto com vários tiros na cabeça e em outras partes do corpo.

A Justiça deve decidir nos próximos dias se manda a júri popular os acusados, Alessandro Ricardo de Souza, o ´Quá-Quá´; Fabiano Barbosa dos Santos, o ´Lulu´; Flávio Rodrigo Dias, o ´Pio´; Jerry Adriano Ferraz, o ´Jão´ e Marcos Aparecido Machado, o ´Maloqueiro´ou ´Pareja´, que estão todos presos em penitenciárias do interior.

O caso está na 2ª Vara Criminal de Limeira, aguardando o pronunciamento do juiz Luiz Augusto Barrichelo Neto, que deverá pedir a realização do Tribunal do Júri por solicitação do Ministério Público. Na denúncia, o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilacqua ressalta que houve, por parte dos acusados, "evidente ânimo homicida, mediante tortura, que impossibilitou a defesa da vítima" e pediu a condenação por homicídio qualificado e formação de quadrilha.

As conversas telefônicas mostram que Lima foi morto por supostamente ter estuprado A.A.B., que seria mulher de um dos assassinos. A ´sentença´ final cabe ao traficante Marcos Aparecido Machado, o ´Maloqueiro´ou ´Pareja´, que estava preso na Penitenciária de Sumaré. Os outros estavam numa casa da periferia de Limeira.

Sentença discutida

Nas conversas, os cinco integrantes do PCC decidem matar Lima depois que este confessa a ´Pareja´ , por telefone, ter abusado da mulher após acompanhá-la numa bebedeira. Numa segunda pergunta feita ao agricultor, este dá a entender que teria abusado de uma criança de 12 anos. Nas duas respostas, a voz parece tranqüila.

Além de ouvir a mulher e Lima, ´Pareja´ pede a opinião dos outros comparsas, que votam pelo xeque mate (gíria que indica a execução) de Everardo. "Podem quebrar os braços e as pernas. Dá xeque-mate nele!", afirma ´Pareja´ na conversa final com ´Quá-Quá´, que antes tinha telefonado a ´Pio´ dizendo que estava com um suspeito de ter estuprado uma moça.

A mulher disse que soube que tinha sido estuprada porque acordou nua e foi avisada por um sobrinho que teria presenciado a cena e, por isso, decidiu recorrer a ´Quá-Quá´ para punir o agricultor. Posteriormente, em blitze a polícia prendeu os quatro acusados que estavam soltos.




Fonte: Estadão

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