Consumo de álcool cresce no país; governo quer combater propaganda
Questionado, Temporão afirmou que a política, ao menos em um primeiro momento, não irá procurar aumentar o preço das bebidas, pois medidas de sobretaxa encontram "grandes resistências na área econômica". O ministro confirmou que os esforços deverão se concentrar na restrição e fiscalização da propaganda.
Temporão citou a restrição à publicidade da indústria tabagista como um exemplo de sucesso. Segundo ele, o Brasil foi o país que mais reduziu o número de fumantes entre 1989 e 2003 --no país, o número caiu 2,5% enquanto, em países mais desenvolvidos, caiu somente 0,7%.
"Este é um caso em que a sociedade percebeu que houve um grande avanço, bancou politicamente e obteve resultados."
O ministro foi aplaudido ao sugerir que a classe artística avalie a serviço de que utiliza sua imagem, antes de endossar campanhas de bebidas alcoólicas.
Ministro
Mestre em saúde pública e doutor em medicina social, Temporão assumiu o Ministério da Saúde em março deste ano e já esteve no centro de pelo menos três assuntos bastante polêmicos. O primeiro deles foi a defesa da realização de um plebiscito sobre a legalização do aborto no Brasil. O outro foi a proposta de licenciamento compulsório do remédio anti-Aids Efavirenz. Por fim, o ministro defendeu restrições na publicidade de bebidas alcoólicas.
Temporão é o quarto a participar do ciclo de sabatinas da Folha neste ano. Antes dele, o jornal sabatinou o climatologista Carlos Nobre (março), o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer (abril), e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (maio).
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