Emergentes propõem abertura maior do que Brasil e Índia na OMC
O grupo é composto por México, Hong Kong, Tailândia, Peru, Colômbia, Chile, Costa Rica e Cingapura. "Chegou o momento de todos mostrarem a flexibilidade necessária para concluir as negociações no mais tardar até o início de 2008", afirma o documento.
A nova proposta é vista como uma espécie de racha entre os países emergentes, já que nem todos estariam adotando a mesma posição do Brasil.
O texto indica que os países em desenvolvimento poderiam cortar suas tarifas de importação de bens manufaturados em taxas acima da que Brasil e Índia vinham sugerindo.
Nova Déli e Brasília representaram os países em desenvolvimento em uma reunião ministerial na semana passada em Potsdam, na Alemanha. O objetivo do encontro, que também incluiu americanos e europeus, era de tentar desbloquear a Rodada Doha, lançada em 2001 e paralisada desde 2006.
Mas sem um acordo, o processo fracassou e agora toda a Rodada poderá entrar em colapso se os 150 países não chegarem a um consenso até o final de julho.
'Flexibilidade'
O governo brasileiro insiste que aceitaria um coeficiente de corte de no máximo 30. Na prática, isso permitiria um corte de até 50% em suas tarifas de importação.
Já os Estados Unidos e a Comissão Européia queriam uma redução das tarifas em pelo menos 58%, o que acabaria afetando setores considerados sensíveis no Mercosul.
Para o novo grupo, o coeficiente de cortes poderia variar entre 17 e 23. Em termos de redução de tarifas, isso significaria um corte de cerca de 55%.
"O tempo está acabando, por isso precisamos encorajar nossos membros a mostrar flexibilidade nos próximos dias", aponta a proposta que agora será avaliada pelos 150 membros da OMC.
"Demonstrações de flexibilidade têm sido raras", conclui o texto apresentado na OMC.
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