Infraero aponta atraso em 10,1% dos vôos
O Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, apresenta o maior percentual de atrasos. Dos 101 vôos previstos, 15 decolaram pelo menos uma hora depois do horário, o que representa 14,8%, e 10 foram cancelados (9,9%). No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, dos 139 vôos programados, 20 tiveram atraso superior a uma hora (14,3%) e houve três cancelamentos (2,1%). Também em São Paulo, em Congonhas, das 149 decolagens previstas, 20 tiveram atraso (13,4%) e oito foram canceladas (5,3%).
Aeroportos de Brasília, Belém (PA) e Fortaleza (CE)não registraram nenhum cancelamento nesta segunda-feira. Em Salvador (BA), dos 60 vôos programados, seis tiveram atraso superior a uma hora e outros seis foram cancelados.
Crise aérea
Na semana passada, os passageiros enfrentaram muitas filas, atrasos e cancelamentos em aeroportos de todo o país. Os problemas começaram na tarde de terça-feira (19), com uma suposta operação-padrão dos controladores de vôo do centro de controle de tráfego aéreo de Brasília, o Cindacta-1. Eles teriam feito um protesto contra a decisão da Aeronáutica de prorrogar as investigações do motim realizado em 30 de março, quando todas as decolagens do país foram suspensas.
O clima de tensão entre controladores e Aeronáutica piorou depois que foi anunciada a prisão administrativa do presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), Carlos Henrique Trifilio Moreira da Silva, na noite de quarta-feira (20). Ele foi punido pela Aeronáutica por declarações dadas a uma revista. Na sexta-feira (22), foi decretada a detenção de Moisés Gomes de Almeida, vice-presidente da Febracta, por uma entrevista concedida à Rádio CBN.
Durante a semana, foram anunciadas também panes no sistema do Cindacta-1. Muitos vôos atrasaram em todo o país entre terça-feira e sábado. Passageiros tiveram que dormir no saguão dos aeroportos e esperar horas pelo embarque.
Afastamento
Para o governo, os controladores de vôo são o problema. Depois de receber do presidente Lula a ordem para jogar duro com a categoria, na sexta-feira, o comandante da Aeronáutica afastou 14 sargentos controladores do Cindacta-1, a quem chamou de "lideranças negativas". A medida fez parte de um pacote de emergência para normalizar a situação dos aeroportos.
O índice de atrasos caiu durante o fim de semana. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirma que o movimento deve continuar tranqüilo, mesmo com o habitual aumento no número de passageiros e de vôos nos dias úteis. "A origem dos problemas (atrasos e cancelamentos) foi controlada. Então, acredito que a situação vai permanecer estável", disse ele ao G1, referindo-se ao afastamento dos controladores do Cindacta-1.
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