Para Rice, democracia é possível no Oriente Médio

PARIS - Quase um ano depois de ela ser ridicularizada por chamar a sangrenta guerra no Líbano de "o sofrido nascimento do novo Oriente Médio", a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, afirma que a democracia será uma realidade no Oriente Médio apesar da atual situação.

Em Paris para conversar sobre o futuro da região de Darfur no Sudão e se encontrar com o primeiro-ministro do Líbano, Rice sabe que más notícias vêm do Iraque, Líbano e territórios palestinos.

Rice faz uma visita de dois dias a Paris para saber se a administração de Bush pode esperar uma relação otimista com o novo presidente Nicolas Sarkozy, após os descompassos com o antecessor, Jacques Chirac.

Sarkozy e Rice se encontram nesta segunda-feira, 25, para uma sessão sobre Darfur, que inclui chefes poderosos com conexão ou influência na África oriental. Ela vai se reunir com o primeiro-ministro libanês Fuad Saniora na terça-feira, 26.

"Democracia é difícil, e eu vejo que é especialmente dura quando há determinados inimigos que a tentam e a estrangulam", disse Rice em resposta sobre o "sofrido nascimento" durante uma conferência com o ministro de Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner.

A conferência organizada por Kouchner nesta segunda-feira, 25, tem o objetivo de apressar o posicionamento estratégico dos 20 mil novos soldados das tropas para promoção da paz em Darfur, a vasta e árida região onde são estimadas 200 mil mortes em conflitos entre africanos rebeldes e militares do governo do Sudão. O conflito retirou cerca de 2,5 milhões de seus lares.

Rice visitou Darfur em 2005, passou uma tarde no campo de refugiados. Kouchner, um doutor socialista e co-fundador do grupo Médicos Sem Fronteiras, visitou Darfur recentemente.