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Saúde
Domingo - 21 de Abril de 2013 às 07:09
Por: HELSON FRANÇA

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Marcondes do Carmo Pereira da Silva, 9 anos, tem um desvio no pé e aguarda uma cirurgia no PS
Marcondes do Carmo Pereira da Silva, 9 anos, tem um desvio no pé e aguarda uma cirurgia no PS
O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT) começa a entregar à Assembleia Legislativa, Ministério Público Estadual, Câmara de Vereadores de Cuiabá e Associação Mato-Grossense dos Municípios, nesta segunda-feira (22), um pedido de providências em relação aos repasses do governo para a área da saúde. 



 
A categoria quer que as instituições exijam que o governo volte atrás na decisão de reduzir pela metade o valor do montante de recursos destinado às prefeituras de todas as cidades. 



 
Pelo decreto 1.694/13, que regulamenta a lei de número 9.870, data de 28 de dezembro do ano passado, o valor total que o governo deve encaminhar aos municípios ao longo do ano reduziu de R$ 155 milhões para R$ 77 milhões. 

 
 
Caso as instituições não adotem medidas frente ao pedido apresentado pelo Sindimed, a categoria, com o apoio do Conselho Federal de Medicina, irá ingressar com uma ação civil pública na Justiça contra o Estado. 



 
“Estamos perplexos com a atitude do governo de Mato Grosso. Diante da situação caótica da saúde ainda diminuem os recursos pela metade? É algo totalmente descabido, não dá para entender”, enfatizou a presidente do Sindimed-MT, Elza Queiroz. 

 
 
Uma das preocupações é de que, com a diminuição no repasse às prefeituras, o sistema público de saúde da Capital, que todo mês recebe uma grande quantidade de pacientes de outros estados, fique ainda mais sobrecarregado. 

 
 
Morador do município de Água Boa, o peão Horany Cândido de Souza, 36 anos, sabe bem o que é isso. O pai dele, Noel Cândido de Souza, 57 anos, caiu do telhado no último dia 9, em Barra do Garças, e fraturou o joelho. 



 
Como também reside em Água Boa, foi levado para o Hospital Regional da cidade para fazer cirurgia, mas, devido à falta de um aparelho capaz de mostrar os ossos em detalhes em um monitor, teve de ser encaminhado ao pronto-socorro de Cuiabá – onde chegou na segunda-feira passada (15). 

 
 
“Disseram que não havia dinheiro para comprar o aparelho”, afirmou. 

 
 
Como não haviam vagas para cirurgia, Horany e seu pai tiveram de seguir para a Casa de Apoio, localizada na rua Miranda Reis, na Capital. 

 
 
“Nos haviam falado que a cirurgia já estava marcada. Quando chegamos, vimos que a situação era bem diferente”, desabafou. 

 
 
Depois de muito insistir, o peão conseguiu agendar a cirurgia somente para o dia 3 de maio. 

 
 
“Até lá espero que ele não piore muito”, relatou. 

 
 
O garoto Marcondes do Carmo Pereira da Silva, 9 anos, e sua família também sentem na pele as dificuldades das limitações da saúde pública do interior e das consequências que isso traz. 

 
 
Com um desvio ortopédico no pé direito, ele teve que sair de Nova Nazaré, onde vive com a família, para vir tratar do problema no pronto-socorro, pois na sua cidade não há os equipamentos necessários para o tratamento. 



 
A exemplo de Horany, ele também foi parar - acompanhado da mãe - na Casa de Apoio, onde já aguardava há 5 dias para conseguir atendimento no pronto-socorro de Cuiabá. 



 
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para saber as razões da redução nos repasses à área da saúde dos municípios. 

 
 
Por meio da assessoria, a SES se limitou a dizer que apenas cumpre o que está na lei e só daria mais detalhes após ser notificada da ação civil pública. 





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