Após semana de caos, situação é tranqüila nos aeroportos

Depois de uma semana marcada pelo caos nos aeroportos brasileiros, a situação começou a se normalizar no sábado (23). O índice de vôos com atraso superior a uma hora chegou a 35% do total na sexta-feira (22). No sábado, o percentual foi caindo durante o dia.

À tarde, a Aeronáutica anunciou que, desde as 15h, não havia mais restrições (retenções) aos vôos no país. Às 19h30, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) divulgou um balanço informando que apenas 0,3% dos vôos estavam atrasados naquele momento.

Neste domingo (24), o movimento é tranqüilo nos principais terminais aéreos. De acordo com a Infraero, os passageiros não encontram dificuldades nos aeroportos de Brasília e de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O site da estatal aponta apenas um atraso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio.

Em São Paulo, os terminais também não registram problemas. As decolagens ocorrem no horário previsto em Congonhas, na Zona Sul da Capital paulista. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, das 42 partidas programadas até as 8h20, apenas duas têm atraso de mais de uma hora e outras duas foram canceladas.

Reforço

O sábado foi o primeiro dia do plano de emergência da Aeronáutica. O centro de monitoramento de vôos de Brasília, o Cindacta-1, ganhou reforço de controladores de outros estados no sábado, para compensar o afastamento de 14 sargentos por indisciplina. Começaram a trabalhar no centro controladores militares de estados como Mato Grosso e Goiás, transferidos em caráter de emergência. Outros 14 sargentos da Defesa Aérea de Curitiba acompanharam as operações, num treinamento para assumir os terminais do Cindacta-1.

A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que os chefes do Cindacta-1 reuniram a equipe na manhã de sábado e pediram "empenho" de todos numa "operação de guerra". "Tem de fazer funcionar o sistema de qualquer jeito", disseram os oficiais, segundo testemunhas. O apelo foi uma alusão à modificação das escalas de trabalho, um dos nove itens do plano anunciado na sexta pelo comandante da FAB, Juniti Saito, para conter os atrasos causados pela operação-padrão dos sargentos.

Controladores denunciaram que a FAB desrespeitou a legislação, porque pelo menos dois colegas do turno das 22h às 7h tiveram de ficar no Cindacta-1 até o meio-dia, fazendo jornada dupla. Para os sargentos, isso "coloca em risco a segurança do tráfego aéreo". A informação foi contestada pela Aeronáutica, que assegurou que em nenhum momento a segurança será afetada. A FAB divulgou nota afirmando que os sargentos estão "cumprindo suas funções com eficiência" e elogiou o profissionalismo da equipe do Cindacta-1.

Raiz da crise

O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, elogiou o plano de emergência e disse que a FAB atacou a raiz da crise: os controladores rebeldes. "Quem estava criando problema parou de criar." Ele disse ainda que as companhias aéreas estão se desdobrando para eliminar totalmente os atrasos.