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Cidades/Geral
Sábado - 23 de Junho de 2007 às 16:28

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Os detentos do sistema carcerário brasileiro interessados em participar do concurso de redação “Escrevendo a Liberdade” têm até segunda-feira (25) para enviar trabalhos ao Ministério da Justiça (MJ). Até ontem, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) computou mais de sete mil textos inscritos – a previsão é que chegue a oito mil. Este número representa 2% da população carcerária do país, que é de 400 mil presos.

Segundo a coordenadora-geral de Reintegração Social e de Ensino do Depen, Arieny Carneiro, o concurso é uma experiência pioneira no Brasil. Tem como objetivo “contribuir para a reinserção social do preso por meio da educação, e criar um canal de expressão dos detentos com o mundo externo”.

O concurso é destinado a presos provisórios, condenados e pessoas sob medida de segurança, e vai premiar os 30 melhores textos. Seus autores vão receber R$ 500 e um kit de livros. As produções classificadas serão ainda reunidas em um volume da Coleção Literatura para Todos, do Ministério da Educação. Também receberão kit de livros os estabelecimentos penais que abrigam os detentos premiados.

O resultado com os 30 trabalhos vencedores sai em agosto. Em seguida haverá a participação do júri popular que, através da internet, poderá fazer a leitura das redações e classificá-las do 1º ao 30º colocado. A premiação de todos os textos está prevista para a segunda quinzena de outubro. O conteúdo das redações, segundo Arieny, tem chamado a atenção da equipe coordenadora do concurso.

“Esperávamos receber muitas críticas relacionadas ao sistema carcerário e a falta de oportunidades. Mas estamos vendo que eles [presos] estão esperançosos, que acreditam na política que está sendo feita, e nas atividades que estão sendo oferecidas. Muitos têm manifestado arrependimento por ter entrado na criminalidade e a vontade da recuperação”, frisa.

Para a coordenadora-geral de Reintegração Social e de Ensino do Depen, esse tipo de concurso incentiva a educação nos estabelecimentos penais, “pois acontece daquele que é analfabeto, ao ver o companheiro escrevendo, querer participar de alguma atividade de educação”. Outro fator importante, pontua Arieny, é a manifestação do encarcerado com o mundo externo através do concurso.

Para participar do concurso, o detento deverá elaborar um texto que pode ser carta, prosa, poesia, letra de música ou texto livre. O trabalho deve ter no máximo 60 linhas escritas - do próprio punho e com letra legível - em caderno universitário, folha A4 ou equivalente.

O concurso “Escrevendo a Liberdade” é uma iniciativa do MJ, com participação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Ministério da Educação e da Associação de Alfabetização Solidária (Alfasol).





Fonte: Agência Brasil

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