Dunga ainda busca líder nato na seleção brasileira
Perto de estrear em sua primeira competição como técnico, a Copa América da Venezuela, Dunga relembrou ontem momentos decisivos de sua carreira de atleta e mostrou achar normal possíveis temores de seus comandados na chamada "hora da verdade".
"Todo jogador sente frio na barriga em jogo importante. É normal. Temos muitos jogadores que terão a primeira chance na seleção, mas todos, em qualquer área, precisam da primeira chance para mostrar capacidade", falou o capitão do tetra, que bateu e converteu pênaltis nas Copas de 1994 (contra Itália) e 1998 (diante da Holanda).
Mas a cena de Dunga gesticulando com raiva após converter cobrança contra a Holanda dificilmente deve ser repetida por alguém da seleção atual.
Vários dos atuais atletas são quietos, desprovidos de grande liderança. Até o volante Gilberto Silva, eleito o capitão do time, foge do perfil aguerrido de Dunga. Não fala tanto e quase nunca grita. O provável time titular tem defensores e volantes de pouca vibração e jogadores de frente que já foram criticados por falta de maturidade.
Helton supera Doni em comando por pouco e veste a camisa 1. Maicon, Juan, Alex e Gilberto costumam abrir menos a boca que Helton nos jogos, mas compõem a defesa.
Mineiro faz gols decisivos, mas não muda sua fisionomia serena. Gilberto Silva conseguiu ser capitão de um Arsenal repleto de jovens, mas herdou o posto na seleção mais pela falta de concorrentes. Elano, outro do meio, destaca-se como coadjuvante, não como estrela.
A camisa 10 é de Diego. Ele já "explodiu" sambando no escudo do São Paulo no Morumbi, mas, até quando triunfou no Santos, não "explodiu" em finais --Robinho decidiu no Nacional-02. Ao lado do atacante, falhou no Pré-Olímpico-04 e ficou marcado por brincadeiras.
O centroavante preferido de Dunga hoje é Vagner Love, que age bem mais do que fala. Começou fazendo barulho após uma aventura amorosa em concentração do time júnior do Palmeiras. Já fez gols decisivos, a maioria na Série B de 2003.
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