Parecer do programa de avaliação de cirurgias gerou processo judicial
O estopim da discórdia entre os neurocirurgiões e o Einstein foi o caso de uma paciente da Bradesco Saúde que havia recebido indicação do seu médico para operar a coluna. Ela passou pelo projeto do hospital, que contraindicou a cirurgia.
A seguradora se amparou no parecer do Einstein para vetar o procedimento. A paciente conseguiu liminar na Justiça e o plano foi obrigado a bancar a cirurgia.
O neurocirurgião se sentiu ofendido pelo hospital e denunciou o fato à câmara técnica de implantes da AMB (Associação Médica Brasileira), que o encaminhou ao Conselho Federal de Medicina. O caso corre sob sigilo.
Segundo Luiz Carlos Sobânia, coordenador da câmara da AMB, a paciente relatou ter sido avaliada por um especialista em joelho --não em coluna. O médico teria dito que a cirurgia traria riscos e o melhor seria se ela fizesse fisioterapia no Einstein.
"Entendemos que houve falta de ética e infração a regras já estabelecidas entre as sociedades médicas, os planos de saúde e os órgãos reguladores", diz Sobânia.
O ortopedista Mario Ferretti, do Einstein, diz que o hospital não foi notificado sobre esse caso, mas que o grupo respeita as normas éticas.
Em nota, a Bradesco Saúde informou que não tem dados do caso. Sobre o acordo com o Einstein, afirma que visa propiciar as melhores condições de tratamento e que a decisão sobre procedimentos é do médico e do paciente.
Comentários