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Internacional
Sexta - 22 de Junho de 2007 às 06:10

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PEQUIM - O governo chinês estuda enviar tropas para uma missão de paz à região sudanesa. A afirmação foi feita pelo enviado especial da China para a crise de Darfur, Liu Guijin. Até agora mais de 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões fugiram em busca de refúgio.

Liu disse que o governo chinês não recebeu um pedido formal para enviar soldados à missão de 19 mil soldados das tropas de paz. Mas mantém uma atitude "aberta e sincera para oferecer a sua contribuição", segundo a agência oficial chinesa Xinhua.

Até agora o país decidiu enviar 275 engenheiros militares à concentração de tropas da ONU em Darfur. Para Liu, tal decisão representa "um claro sinal" da atitude chinesa.

Em entrevista coletiva na embaixada chinesa no Cairo, Liu pediu mais esforços às partes envolvidas no conflito de Darfur em três áreas: o apoio conjunto da comunidade internacional ao plano do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, mais atenção ao processo político e apoio ao desenvolvimento do país.

Petróleo

Liu rejeitou as críticas feitas ao seu país por apoiar o Governo sudanês no conflito de Darfur. Como membro do Conselho de Segurança da ONU com direito a veto, a China se opõe à aplicação de sanções.

Ativistas têm criticado o governo chinês, chamando os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, de "Jogos do Genocídio". Muitos dizem que a China adotou essa atitude por ser o destino de dois terços das exportações de petróleo sudanesas. "Vincular as petrolíferas chinesas com o problema de Darfur não tem nenhuma base, é algo realmente ridículo. E os Jogos Olímpicos são um evento não político", disse o enviado chinês.

O enviado lembrou que outros países, como França, Índia e Malásia, também contam com interesses no setor petroleiro sudanês e não recebem nenhuma crítica.

Liu disse que seu país está contribuindo para o processo de paz em Darfur de forma construtiva. Ele destacou avanços como o de 12 de junho, quando a União Africana (UA), a ONU e o governo do Sudão chegaram a um acordo em Adis-Abeba (Etiópia), para enviar um destacamento de tropas de paz mistas da UA e ONU.

"A ONU deveria adotar uma resolução para apoiar o plano e levantar fundos. Os países africanos deveriam enviar mais tropas de paz, e os outros, apresentar suas contribuições, com o consentimento do governo sudanês", disse Liu.

Pequim se comprometeu a fornecer US$ 10 milhões e apoio humanitário a Darfur como parte do plano de paz de Annan.

Até agora, a China já ofereceu US$ 30 milhões em assistência ao desenvolvimento ao Sudão. Liu explicou que o investimento das petrolíferas estatais chinesas está ajudando o Sudão a desenvolver técnicas de prospecção e refino mais sofisticadas.

Conflito

A guerra em Darfur, na fronteira do Sudão com o Chade, explodiu em fevereiro de 2003, quando os rebeldes do Movimento de Justiça e Igualdade (MJI) e do Movimento de Libertação do Sudão (MLS) pegaram em armas para protestar contra a situação de abandono e a pobreza na região.

O conflito já deixou cerca de 200 mil mortos e provocou o deslocamento de quase 2,5 milhões de civis para outras regiões sudanesas e para o território chadiano.




Fonte: EFE

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