Haiti estuda substituir força de paz das Nações Unidas

PORTO PRÍNCIPE - O Haiti estuda criar uma força de segurança para substituir os enviados há três anos pela ONU a fim de estabilizar o conturbado país.

Uma comissão especial nomeada pelo presidente Rene Preval vai decidir se a força pode tomar a forma de reconstituição militar ou atuar como unidade de suporte para a polícia armada do Haiti, disse o senador Yuri Latortue, presidente da Comissão do Senado para Justiça e Segurança, nesta quinta-feira, 22.

Preval deve apontar a comissão na próxima semana e o relatório pode ser anunciada daqui a oito meses, esclareceu Latortue.

Um grupo de 8.800 membros da ONU é a única força de segurança real na paupérrima nação do Caribe, que continua se recuperando de uma violenta rebelião durante o governo de Jean-Bertrand Aristide em fevereiro de 2004.

Latortue, o sobrinho e chefe de segurança do ex-primeiro ministro interino Gerard Latortue, declarou que seus colegas do senado apóiam a criação de uma nova força militar.

"Nós não podemos providenciar nossa própria força de segurança. Mas quando os soldados da ONU deixarem o país, precisaremos de uma força militar para manter a paz e proteger nossas fronteiras", disse Latortue para a Associated Press em uma entrevista.

Preval afirmou que prefere a criação de uma força policial semelhante a polícia nacional da França a restabelecer as Forças Armadas, que orquestrou alguns golpes bem sucedidos na história do Haiti.

Aristide desarticulou os militares em 1995, depois da intervenção militar norte-americana o recolocar no poder, após sua saída em 1991.