Exportações de Mato Grosso continuam em alta
O gestor de Comércio Exterior da Sicme, Paulo Henrique C. R. da Cruz, acredita que o cenário positivo de Mato Grosso está relacionado ao bom desempenho das vendas externas do complexo carne (bovina, suína e aves), madeira, milho, farelo e óleo de soja, que registram aumentos respectivos de 74%, 54%, 200%, 20% e 32% nas exportações.
O complexo soja (grãos, farelo, óleo e lecitina) apesar de continuar como o carro-chefe das exportações mato-grossenses- com participação de 71% e comercialização de US$ 1,36 bilhões- registrou queda de 2,6% em relação ao mesmo período de 2006. De acordo com a análise dos especialistas da Sicme e Fiemt, essa queda continua associada ao atraso nos embarques realizados no Porto de Santos. “A partir de julho acompanharemos uma venda mais expressiva desse produto, com o escoamento de grande parte da grande produção de soja de Mato Grosso”, avalia Paulo Henrique da Cruz.
O milho, que registrou US$ 30,13 milhões de total da pauta de exportação mato-grossense, com aumento de praticamente 200% em valores e 116% na quantidade, ganhou destaque nesse período por ter recebido aumento de 50% no preço internacional do produto e por chamar a atenção do mercado internacional, principalmente dos Estados Unidos, como matéria-prima para produção do etanol.
O aumento de 1538% na exportação de minérios é associado pelo Coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN), Émerson Moura, ao aumento de comercialização de ouro para o Estados Unidos.
Para o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo Ribeiro, o preço do dólar está no limite. “Caso Mato Grosso repita no segundo semestre o mesmo desempenho do mesmo período de 2006, poderemos fechar o ano com crescimento de 14% nas exportações mato-grossenses”, avalia.
IMPORTAÇÃO
Devido à queda do dólar, as importações mato-grossenses mais uma vez registraram aumento no período de janeiro a maio de 2007. Desta vez o Estado importou cerca de US$ 273 milhões, o que representou crescimento de 190,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dentre os produtos importados pelo Estado 85% são insumos agrícolas. Porém na pauta de importação mato-grossense também está registrada a importação de máquinas e equipamentos para os setores de frigoríficos e gráficos. Somente no Porto Seco foram as importações de maio somaram R$ 53 milhões, e os produtos mais importados foram zinco e máquinas agrícolas.
Para o primeiro vice-presidente da Fiemt, Jandir José Milan, o aumento das importações é positivo para Mato Grosso pelo fato de estar trazendo tecnologia para o Estado. “Com a queda do dólar os empresários investem na compra de máquinas e equipamentos devido ao preço competitivo e tecnologia avançada”, afirma.
CÂMBIO
Segundo o assessor econômico da Fiemt, Carlor Vitor Timo Ribeiro, as perdas cambiais para Mato Grosso ainda continuam pela variação cambial de 8,76% no período de janeiro a maio de 2007, com dólar saindo de R$ 2,17 em maio de 2006, para R$ 1,98 em maio de 2007, o que gera perdas de R$ 340 milhões, pela conversão das exportações de maio 2007 pelo cambio de maio 2006. “Se houvesse estabilidade cambial, teríamos agora em maio não apenas R$ 3,78 bilhões (US$ 1,91 bilhão x US$ 1,98) e sim R$ 4,12 bilhões (US$ 1,91 bilhão X US$ 2,17)”, explica.
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