Brasil e Índia se retiram das negociações com EUA e União Européia na OMC
"Era inútil prosseguir com as negociações levando em conta o que havia sobre a mesa", declarou Amorim, ao lado do ministro indiano do Comércio, Kamal Nath.
Amorim explicou que a questão agrícola, principal ponto da discórdia na Rodada de negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial, foi o detonador do fracasso do encontro com seus interlocutores, o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, e a representante dos Estados Unidos para o Comércio, Susan Schwab.
O chanceler acrescentou que as delegações brasileira e indiana decidiram abandonar a mesa de negociações de forma antecipada, já que a reunião de Potsdam deveria terminar no próximo sábado.
Fracasso
Na última segunda-feira, um dia antes do encontro, o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, disse que a UE deveria negociar até o limite na reunião do G4 para evitar mais pressões sobre seu setor agrícola.
Ainda segundo Mandelson, a reunião seria a "última chance séria" de se alcançar um acordo nas negociações comerciais multilaterais.
Na ocasião, ele afirmou que se houvesse apenas alguns progressos, mas não um avanço sério, o grupo se reuniria de novo a partir de julho.
Antes mesmo do início do encontro, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, afirmou que se não houvesse acordo, ele iria pressionar a UE para que fizesse mais concessões no setor agrícola.
A rodada foi lançada em 2001, na cidade de Doha (capital do Qatar). Em 2003 já haviam entrado em um impasse, devido as divergências entre os países em desenvolvimento, que querem maior abertura nos mercados agrícolas dos países desenvolvidos, e estes, que querem em contrapartida maior abertura nos setores industrial e de serviços dos primeiros.
As negociações foram paralisadas em julho do ano passado, mas em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial, as partes decidiram voltar a negociar.
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