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Economia
Quinta - 21 de Junho de 2007 às 08:34

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O consumo de álcool no país ficou em 1,15 bilhão de litros na média mensal de abril e maio, conforme dados divulgados ontem pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Esse volume é inferior ao 1,2 bilhão de litros consumidos no final de 2006, período em que a frota de veículos flex era menor do que a atual.

Na avaliação da Unica, a demanda pelo combustível estaria em 1,3 bilhão de litros por mês se a queda de preços promovida pelas usinas tivesse chegado aos consumidores. O não-repasse da queda inibe o consumo, segundo a entidade.

Para tratar da questão do preço do álcool, o governo marcou para amanhã uma reunião. Participarão representantes dos ministérios de Minas e Energia, da Agricultura, da ANP (Agência Nacional do Petróleo), distribuidores e revendedores de combustível.

O governo quer saber por que, quando o álcool sobe na usina, há repasse imediato para o consumidor, e, quando o preço cai, o mesmo não ocorre.

Na edição de terça, a Folha publicou reportagem segundo a qual, apesar de uma queda de 39% do preço do álcool nas usinas nas últimas oito semanas, nos postos os preços caíram só cerca de 8%.

A reportagem também informou que as margens de lucro das distribuidoras e dos postos subiram neste ano ante 2006.

No Brasil, os preços de combustíveis são liberados. No caso da gasolina e do diesel, o produto é vendido nas refinarias da Petrobras e comprado pelas distribuidoras, que repassam para os postos. Os preços são liberados em toda a cadeia. No caso do álcool, ele é vendido nas usinas para as distribuidoras, que repassam aos postos.

Dessa forma, o preço final ao consumidor depende não apenas do preço na refinaria (para gasolina e diesel) ou na usina (álcool) mas também do nível de competição entre distribuidoras e entre postos.

Em locais de pouca competição, com mercado cartelizado, os preços tendem a ser maiores. Nesse cenário, quando o preço do álcool cai na usina, distribuidoras e postos se apropriam da redução e engordam suas margens de lucro. Em locais onde a competição é mais acirrada, tende a haver repasse maior da queda de preço para o consumidor.

Sempre que há alta de preços, ou que uma queda esperada não acontece, o governo marca reuniões para tratar do assunto. As reuniões não têm efeitos práticos, uma vez que o governo já reiterou, diversas vezes, que não pretende voltar a tabelar o preço dos combustíveis, medida extinta em 1996.





Fonte: Folha de S.Paulo

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