Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Terça - 19 de Junho de 2007 às 07:09

    Imprimir


A greve de fome de presos do presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, revelou, mais uma vez, a fragilidade do sistema prisional em Mato Grosso. O protesto durou cerca de sete horas. Durante a greve, presos reclamaram de maus-tratos físicos, superlotação e falta de atendimento médico. As reivindicações foram confirmadas pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Betsey Miranda.

Betsey afirmou que os 1.200 presos protocolaram um abaixo-assinado com 24 páginas para denunciar supostos maus-tratos, reivindicar o direito de visita e solicitar uma audiência de uma comissão de presos com o diretor do presídio Pascoal Ramos e a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.

O documento foi recebido no gabinete do secretário titular da pasta no dia 30 de maio. Contudo, o secretário adjunto de justiça, Carlos Santana, afirmou que o documento não chegou até ele. "Não recebemos formalmente a denúncia", comenta.

Durante todo a manhã, os presos se recusaram a comer e iniciaram a greve de fome que durou até o final de uma reunião com os representantes da Sejusp. Não há informações sobre o número de presos que participam da greve de fome.

Os presos reclamam que são humilhados e agredidos fisicamente dentro do presídio. Conforme Betsey, a ala 5 do Pascoal Ramos é usada como um 'pseudo-RDD' (Regime Disciplinar Diferenciado). Sendo que uma cela é usada como local de espancamento.

"Estamos verificando toda e qualquer denúncia que vier, mas não acreditamos que esteja ocorrendo este tipo de conduta por parte dos nossos servidores públicos", disse o secretário adjunto. De acordo com Santana, na ala 5 estão os presos de alta periculosidade ou com desvio de comportamento.

Telefone celular

Supostos presos, utilizando um telefone celular dentro do presídio, entraram em contato com a TV Centro América para reclamar de maus-tratos no Pascoal Ramos. Os detentos não revelaram como conseguiram acesso ao telefone, mas reconheceram a ilegalidade do ato. "É proibido, mas a gente vai fazer o que?", ironizou.

O secretário adjunto Carlos Santana disse que vai investigar a entrada ilegal de telefones celulares dentro do presídio.





Fonte: RMT-Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/220971/visualizar/