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Térmica de MT pára por redução da oferta de gás boliviano
A Usina Termelétrica Governador Mário Covas, de Cuiabá, em Mato Grosso, paralisou a geração de energia no sábado devido à redução de gás natural fornecido pela estatal boliviana YPFB. De acordo com o diretor Comercial e de Regulação da térmica, Fábio Garcia, não há previsão para retorno da atividade e há perspectiva de interrupção total da entrega de gás.
De acordo com o diretor, a YPFB informou como motivo da diminuição "problemas operacionais na estação de compressão de Rio Grande." A empresa brasileira tem recebido 600 mil metros cúbicos por dia, insuficientes para a geração mínima da usina, de 135 megawatts. Esta carga requer 700 mil metros cúbicos diários.
"A existência de problemas operacionais reduziu o fornecimento de gás natural para Cuiabá", explicou o diretor. "Fomos notificados pela YPFB de que pode haver redução adicional ou interrupção de gás à térmica de Cuiabá", afirma.
Garcia conta que a YPFB notificou a empresa, na sexta-feira passada, sobre a diminuição da oferta de gás. O aviso vem no momento em que a geração da carga máxima de 480 megawatts da usina foi solicitada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), na quarta-feira. A geração plena da térmica requer 2,2 milhões metros cúbicos diários.
A forte demanda do sistema elétrico nacional e a falta de matéria-prima leva a um alerta de segurança na geração de energia em Mato Grosso, informa Garcia.
"Com a térmica parada, o sistema elétrico nacional perde confiabilidade. A térmica é segurança para o sistema", diz. O diretor informa que a média de geração entre o final de maio e o início de junho esteve em 135 megawatts a 240 megawatts.
Garcia relata que para voltar a gerar o demandado pelo ONS a empresa necessita ter "garantia de volume de gás que dê para geração de energia ou quando tiver volume de gás estocado que permita gerar de forma contínua."
O contraste de demanda energética e oferta no limite fez a direção da Cemat Rede, distribuidora de energia do Estado, aumentar sua previsão de investimento em menos de um ano.
Em setembro, quando elaborou orçamento, a previsão era de R$ 193 milhões. Mas, dado de março deste ano da direção da empresa, mostra a estimativa de R$ 267 milhões em função da demanda por energia e crescimento da economia estadual.
Cidades como Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, em um raio de 350 km de Cuiabá, tendem a triplicar a demanda por energia devido à instalação de novos parques industriais do setor avícola. Em Lucas do Rio Verde, o consumo atual é de cerca de 20 megawatts e para os próximos três anos deve atingir 70 megawatts, segundo dado da direção da Cemat Rede.
Contratos
A atual paralisação da usina de Cuiabá se soma a outras, de ocorrência frequente após o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos na Bolívia, anunciada pelo governo de Evo Morales em maio de 2006, e que forçou a redução das atividades da Petrobras no país vizinho.
O diretor da térmica de Cuiabá disse que a redução da oferta de gás pela estatal boliviana não tem relação com a negociação de contrato de fornecimento de gás, em andamento entre a empresa e a YPFB. Na próxima semana, a direção da térmica realiza mais uma rodada de negociação dos termos do contrato, em Santa Cruz de la Sierra.
Recentemente a YPFB e a usina fecharam um novo preço para o gás, de US$ 4,20 o milhão de BTU (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), mas o contrato não chegou a ser assinado. A usina Mário Covas é controlada pela Shell e pela Ashmore Energy.
De acordo com o diretor, a YPFB informou como motivo da diminuição "problemas operacionais na estação de compressão de Rio Grande." A empresa brasileira tem recebido 600 mil metros cúbicos por dia, insuficientes para a geração mínima da usina, de 135 megawatts. Esta carga requer 700 mil metros cúbicos diários.
"A existência de problemas operacionais reduziu o fornecimento de gás natural para Cuiabá", explicou o diretor. "Fomos notificados pela YPFB de que pode haver redução adicional ou interrupção de gás à térmica de Cuiabá", afirma.
Garcia conta que a YPFB notificou a empresa, na sexta-feira passada, sobre a diminuição da oferta de gás. O aviso vem no momento em que a geração da carga máxima de 480 megawatts da usina foi solicitada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), na quarta-feira. A geração plena da térmica requer 2,2 milhões metros cúbicos diários.
A forte demanda do sistema elétrico nacional e a falta de matéria-prima leva a um alerta de segurança na geração de energia em Mato Grosso, informa Garcia.
"Com a térmica parada, o sistema elétrico nacional perde confiabilidade. A térmica é segurança para o sistema", diz. O diretor informa que a média de geração entre o final de maio e o início de junho esteve em 135 megawatts a 240 megawatts.
Garcia relata que para voltar a gerar o demandado pelo ONS a empresa necessita ter "garantia de volume de gás que dê para geração de energia ou quando tiver volume de gás estocado que permita gerar de forma contínua."
O contraste de demanda energética e oferta no limite fez a direção da Cemat Rede, distribuidora de energia do Estado, aumentar sua previsão de investimento em menos de um ano.
Em setembro, quando elaborou orçamento, a previsão era de R$ 193 milhões. Mas, dado de março deste ano da direção da empresa, mostra a estimativa de R$ 267 milhões em função da demanda por energia e crescimento da economia estadual.
Cidades como Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, em um raio de 350 km de Cuiabá, tendem a triplicar a demanda por energia devido à instalação de novos parques industriais do setor avícola. Em Lucas do Rio Verde, o consumo atual é de cerca de 20 megawatts e para os próximos três anos deve atingir 70 megawatts, segundo dado da direção da Cemat Rede.
Contratos
A atual paralisação da usina de Cuiabá se soma a outras, de ocorrência frequente após o decreto de nacionalização de hidrocarbonetos na Bolívia, anunciada pelo governo de Evo Morales em maio de 2006, e que forçou a redução das atividades da Petrobras no país vizinho.
O diretor da térmica de Cuiabá disse que a redução da oferta de gás pela estatal boliviana não tem relação com a negociação de contrato de fornecimento de gás, em andamento entre a empresa e a YPFB. Na próxima semana, a direção da térmica realiza mais uma rodada de negociação dos termos do contrato, em Santa Cruz de la Sierra.
Recentemente a YPFB e a usina fecharam um novo preço para o gás, de US$ 4,20 o milhão de BTU (unidade térmica britânica, na sigla em inglês), mas o contrato não chegou a ser assinado. A usina Mário Covas é controlada pela Shell e pela Ashmore Energy.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/221218/visualizar/
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