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Internacional
Domingo - 17 de Junho de 2007 às 08:32

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RAMALLAH - Um gabinete de emergência palestinos tomou posse neste domingo, 17, em uma cerimônia comandada pelo presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. Em teoria, o novo governo substitui a coalizão formada pelo partido laico Fatah e o islâmico Hamas, que foi dissolvida na quinta-feira por Abbas depois que homens ligados ao Hamas tomaram pela força o controle da Faixa de Gaza.

Na prática, entretanto, a manobra consolida a divisão do controle político dos territórios palestinos; a faixa costeira deve ser administrada pelo Hamas do primeiro-ministro destituído Ismail Haniyeh, e a Cisjordânia pelo Fatah, cuja liderança máxima é Abbas.

Como já era esperado, o grupo islâmico rechaçou o novo governo, classificando-o como ilegal.

Abbas também assinou decreto para que todos os membros das milícias do Hamas sejam processados.

O novo gabinete será liderado pelo respeita economista palestino Salam Fayyad, que manterá o cargo de ministro das Finanças.

Ao assumir, Fayyad disse que sua prioridade será acabar com o caos e providenciar segurança aos palestinos. "Trabalharemos com as mãos limpas, sistematicamente", disse ele durante a cerimônia na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

O novo premiê aproveitou a ocasião para mandar um recado aos palestinos de Gaza: "Vocês estão em nossos corações, e no topo de nossa agenda. As imagens obscuras, as coisas vergonhosas que são exteriores à nossa tradição não irão nos impedir." "É hora de trabalharmos unidos pela Palestina", acrescentou Fayyad.

"O Movimento Islâmico de Resistência considera esse governo ilegítimo e ilegal", reagiu o porta-voz do Hamas Ismail Radwan. "Nós não iremos reconhecê-lo e não trabalharemos com ele."

Apesar das críticas, Radwan garantiu que o grupo não irá punir os ministros do novo governo que viverem em Gaza.

Milícias

De acordo com um decreto assinado também neste domingo por Abbas, os membros dos grupos armados ligados ao Hamas serão processados criminalmente.

A medida vale para todos os indivíduos ligados à Força Executiva e outros grupos armados do Hamas.

No texto, obtido pela Associated Press, Abbas anuncia que decidiu "considerar ilegais a Unidade Executiva e as milícias do Hamas devido ao golpe militar aplicado por eles contra a legitimidade e instituições palestinas".

"Qualquer um que estiver envolvido em algum desses grupos será punido, de acordo com as leis e ordens do estado de emergência", diz o decreto.

A reação do Hamas ao decreto veio pelas palavras do porta-voz Sami Abu Zuhri, para quem Abbas "infelizmente está envolvido com a conspiração israelense-americana que, assim como alguns partidos árabes, está determinada a derrubar o movimento do Hamas".

"O Hamas como movimento tem laços e raízes nos corações dos palestinos, e a resistência continuará e não pode ser parada."




Fonte: AP

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