Repórter News - reporternews.com.br
Polícia afasta 20 ligados à máfia dos caça-níqueis em SP
SÃO PAULO - A polícia anunciou neste sábado o afastamento de pelo menos 20 investigadores-chefes de distritos policiais da capital depois de o Estado ter revelado que 84 dos 93 DPs da cidade estavam na mapa da propina de jogos caça-níqueis feito pelo advogado Jamil Chokr.
Homens de confiança dos delegados titulares, os nomes dos investigadores estavam em anotações do advogado apreendidas no dia 25. Chokr carregava R$ 27 mil e 31 envelopes com dinheiro endereçados às delegacias.
Pela manhã, o governador José Serra (PSDB) havia prometido não deixar impunes policiais envolvidos com a máfia dos caça-níqueis. “Tudo que tiver havido de errado vai ser diagnosticado e punido em nome da segurança em São Paulo”, disse em reação à reportagem do Estado.
Horas depois de Serra anunciar que providências seriam tomadas, foi a vez do Secretário da Seguraça, Ronaldo Bretas Marzagão, do delegado-geral, Mário Jordão Toledo Leme, e o corregedor da Polícia Civil, Francisco Campos, anunciarem os afastamentos. “Não se trata de um pré-julgamento. A medida visa garantir a transparência da investigação”, afirmou Jordão.
Os policiais afastados tiveram a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico pedido pela corregedoria na semana passada. De um total de 27 investigados, 26 estão na ativa e cerca de 20 ocupam cargos de chefia. A partir de agora, eles vão exercer funções burocráticas.
Há 13 anos que uma quantidade assim de policiais não era afastada de uma só vez. Em 1994, 42 deixaram seus cargos durante a apuração das denúncias de corrupção do ex-informante policial José Gonzaga Moreira, conhecido como Zezinho do Ouro. Os afastamentos de agora foram uma resposta à crítica de que a apuração do caso Chokr andava em ritmo lento.
Desde o dia 25, quando a contabilidade de Chokr foi apreendida, nenhum policial havia sido afastado. Apesar do tamanho da tarefa - apurar possível corrupção em quase cem DPs -, uma única delegada, Cíntia Maria Quaggio, havia sido designada para o caso. “Anteontem, nós decidimos designar mais dois delegados e três equipes de investigadores para trabalhar no inquérito”, contou Jordão.
As denúncias causaram desconforto na cúpula da Polícia Civil. “É algo que precisa ser apurado. As denúncias são preocupantes”, disse Jordão que admitiu que foi “surpreendido” pela extensão do problema. “Não tinha expectativa de algo nesse sentido”.
Até agora, Cíntia ouviu apenas sete pessoas. Na semana passada, ela pediu a quebra do sigilo de 27 policias contra os quais pesam as maiores suspeitas. Só tomou a iniciativa, porém, depois da divulgação de gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Xeque-Mate, que prendeu suspeitos de integrar a máfia dos caça-níqueis.
O diretor da Corregedoria da Polícia Civil, Francisco Alberto de Campos, disse na semana passada que, por enquanto, não há necessidade de afastar policiais. Horas após a apreensão do material com Chokr, um porta-voz da corregedoria minimizou a descoberta, dizendo não saber se as letras “DP” nas anotações do advogado significavam “distrito policial ou despesa pessoal”.
Outra dificuldade está no Instituto de Criminalística (IC), que pode levar até dois anos para periciar os 12 mil caça-níqueis apreendidos desde março em 2.221 locais, caso a Justiça mande examinar a probabilidade de ganho em cada máquina.
A saída, segundo o diretor do IC, José Domingos Moreira, seria realizar só o laudo de constatação de que a máquina apreendida é caça-níquel, seguindo sentença da 5ª Vara Criminal de São Paulo que dispensou perícia sobre probabilidade de ganho por considerar todo caça-níquel jogo de azar.
Homens de confiança dos delegados titulares, os nomes dos investigadores estavam em anotações do advogado apreendidas no dia 25. Chokr carregava R$ 27 mil e 31 envelopes com dinheiro endereçados às delegacias.
Pela manhã, o governador José Serra (PSDB) havia prometido não deixar impunes policiais envolvidos com a máfia dos caça-níqueis. “Tudo que tiver havido de errado vai ser diagnosticado e punido em nome da segurança em São Paulo”, disse em reação à reportagem do Estado.
Horas depois de Serra anunciar que providências seriam tomadas, foi a vez do Secretário da Seguraça, Ronaldo Bretas Marzagão, do delegado-geral, Mário Jordão Toledo Leme, e o corregedor da Polícia Civil, Francisco Campos, anunciarem os afastamentos. “Não se trata de um pré-julgamento. A medida visa garantir a transparência da investigação”, afirmou Jordão.
Os policiais afastados tiveram a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico pedido pela corregedoria na semana passada. De um total de 27 investigados, 26 estão na ativa e cerca de 20 ocupam cargos de chefia. A partir de agora, eles vão exercer funções burocráticas.
Há 13 anos que uma quantidade assim de policiais não era afastada de uma só vez. Em 1994, 42 deixaram seus cargos durante a apuração das denúncias de corrupção do ex-informante policial José Gonzaga Moreira, conhecido como Zezinho do Ouro. Os afastamentos de agora foram uma resposta à crítica de que a apuração do caso Chokr andava em ritmo lento.
Desde o dia 25, quando a contabilidade de Chokr foi apreendida, nenhum policial havia sido afastado. Apesar do tamanho da tarefa - apurar possível corrupção em quase cem DPs -, uma única delegada, Cíntia Maria Quaggio, havia sido designada para o caso. “Anteontem, nós decidimos designar mais dois delegados e três equipes de investigadores para trabalhar no inquérito”, contou Jordão.
As denúncias causaram desconforto na cúpula da Polícia Civil. “É algo que precisa ser apurado. As denúncias são preocupantes”, disse Jordão que admitiu que foi “surpreendido” pela extensão do problema. “Não tinha expectativa de algo nesse sentido”.
Até agora, Cíntia ouviu apenas sete pessoas. Na semana passada, ela pediu a quebra do sigilo de 27 policias contra os quais pesam as maiores suspeitas. Só tomou a iniciativa, porém, depois da divulgação de gravações feitas pela Polícia Federal na Operação Xeque-Mate, que prendeu suspeitos de integrar a máfia dos caça-níqueis.
O diretor da Corregedoria da Polícia Civil, Francisco Alberto de Campos, disse na semana passada que, por enquanto, não há necessidade de afastar policiais. Horas após a apreensão do material com Chokr, um porta-voz da corregedoria minimizou a descoberta, dizendo não saber se as letras “DP” nas anotações do advogado significavam “distrito policial ou despesa pessoal”.
Outra dificuldade está no Instituto de Criminalística (IC), que pode levar até dois anos para periciar os 12 mil caça-níqueis apreendidos desde março em 2.221 locais, caso a Justiça mande examinar a probabilidade de ganho em cada máquina.
A saída, segundo o diretor do IC, José Domingos Moreira, seria realizar só o laudo de constatação de que a máquina apreendida é caça-níquel, seguindo sentença da 5ª Vara Criminal de São Paulo que dispensou perícia sobre probabilidade de ganho por considerar todo caça-níquel jogo de azar.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/221329/visualizar/
Comentários