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Sábado - 16 de Junho de 2007 às 22:12

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A preparação para a primeira competição oficial de Dunga como técnico da seleção começou em Teresópolis marcada pela tensão que envolveu o 'caso Robinho', na queda-de-braço entre CBF e Real Madrid pela apresentação do jogador. Ao longo da semana, o treinador teve duas chances de se pronunciar a respeito e expôs com firmeza a defesa de seu lado.

Ao final de quatro dias de trabalho na fase de preparação para a Copa América, ainda sem trabalhos táticos, não se tem um esboço da equipe titular para a competição. Apesar das conjecturas sobre favoritos para integrar o time, o técnico Dunga prefere esticar o mistério sobre a escalação para promover a competitividade dentro de seu grupo.

"Eu sei que tenho 22 jogadores preparados para jogar. Quero criar esse desconforto, um nível de competitividade mental no grupo", declarou o treinador.

O treinador ainda comentou sobre o papel de liderança do grupo. Mesmo sem confirmar oficialmente a quem entregará a braçadeira de capitão, Dunga aponta que Gilberto Silva pode vir a ocupar esse espaço.

"O Gilberto Silva tem seu estilo de liderança. Não é como o Dunga, nem como o Cafu. É um dos jogadores que pode desempenhar essa liderança, assim como o Juan, que também tem muita experiência e pode ser o líder", afirmou.

COMPETIÇÃO INTERNA

MAIS NOTÍCIAS DA SELEÇÃO Os instantes de exaltação de Dunga coincidiram com sua primeira grande crise no comando da seleção, às vésperas da Copa América. No entanto, o técnico refuta ser um comandante 'esquentado', rótulo que já caiu sobre treinadores anteriores da seleção.

Para Dunga, a impressão de dureza que suas opiniões possam ter expressado se explica pela responsabilidade que o momento de recuperação da seleção exige para quem está agora no comando.

"Eu sou tranqüilo. Sei que a pessoa que ocupa o cargo de comando na seleção é muito cobrada. Estou fazendo as mudanças que todos querem, que o povo quer, que vocês [imprensa] querem. Mas sei também que isso incomoda pessoas", argumenta o treinador.

"O problema é que tenho uma personalidade verdadeira. Se critico lá atrás, não venho aqui dar sorriso na frente", emenda Dunga.

Além de ter tomado a linha de frente da CBF na defesa da entidade no 'imbróglio Robinho' ao longo da semana, que finalmente acabou pendendo para os interesses do Real Madrid, Dunga ainda serviu como uma espécie de escudo para que o tema não desviasse a atenção de seu grupo, que inevitavelmente também chegou a ser exposto ao caso pela imprensa.

"Aqui dentro a gente conversa com o jogador, foca o trabalho, independente do que acontece do lado de fora", afirma o técnico, em discurso repetido por muitos de seus jogadores durante a semana.

Na próxima segunda-feira, quando Robinho finalmente se apresenta à seleção depois de servir o Real Madrid na rodada decisiva do Campeonato Espanhol, Dunga terá novo fato para tentar evitar que respingue em seu elenco.

Certamente Robinho enfrentará o anseio público de ser ouvido a respeito da crise CBF x Real Madrid. As palavras do atacante, que pouco falou durante o imbróglio, possivelmente serão o assunto da seleção no começo da próxima semana, em cenário que exigirá outra vez a intervenção do comandante Dunga, 'esquentado' ou não.





Fonte: Estadão

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