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Internacional
Sábado - 16 de Junho de 2007 às 18:46

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GAZA - Centenas de partidários do Fatah fugiram da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, por terra e mar neste sábado, 16, e o grupo islâmico ameaçou levar a sua luta contra as forças do presidente palestino Mahmoud Abbas para a Cisjordânia.

Abbas, que comanda a facção secular Fatah, deverá tomar posse em um governo de emergência no domingo às 13h locais (5h em Brasília) que trará fim a um embargo imposto pelos Estados Unidos.

O primeiro-ministro designado, Salam Fayyad, escolheu 14 ministros para o gabinete, disseram autoridades. O Hamas afirma que a indicação do ministério é um golpe de estado.

Abbas depôs um governo de unidade liderado pelo Hamas depois que forças islâmicas expulsaram o Fatah da Faixa de Gaza e começaram a impor uma nova ordem e a tomar importantes decisões de segurança.

Um dos líderes do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que 150 partidários do grupo foram "seqüestrados" na Cisjordânia em um ato que ele chamou de "terrorismo real" das forças do Fatah. "Não vamos ficar de mãos atadas frente a esses crimes na Cisjordânia. Vamos tomar todas as medidas necessárias para garantir que estes crimes tenham fim", disse ele.

Sanções

O cônsul-geral dos EUA que trata das relações com os palestinos disse que Washington levantará o embargo à ajuda financeira direta caso o novo governo tome posse, abrindo caminho para que a União Européia e Israel façam o mesmo.

"Não haverá obstáculos econômicos ou políticos em termos de restabelecer laços com este governo... Eles terão total apoio", disse à Reuters Jacob Walles, depois de uma reunião com Abbas em Ramallah, Cisjordânia, próximo a Jerusalém.

O Quarteto de mediadores de paz no Oriente Médio - formado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e Nações Unidas - expressou apoio ao Abbas e apreensão quanto às condições humanitárias em Gaza, mas não disse se eliminaria sua proibição de ajuda à Autoridade Palestina.

Gaza e Cisjordânia estão a apenas 45 km de distância, com Israel no meio, mas agora as duas áreas parecem destinadas a funcionar como dois territórios separados. "Gaza, infelizmente neste estágio, está fora do controle da autoridade Palestina", disse Saeb Erekat, assessor de Abbas.

O Hamas disse que não quer criar um Estado próprio em Gaza, onde 1,5 milhão de pessoas moram ao longo de 40 km de costa.

Potências ocidentais impuseram um embargo depois que o Hamas subiu ao poder em março de 2006, uma vez que o grupo não cumpriu as exigências de reconhecer Israel, renunciar à violência e aceitar acordos de paz provisórios. O Hamas criou postos de controle em Gaza para impedir que autoridades do Fatah deixassem a área costeira.

Autoridades palestinas disseram que centenas de correligionários do Fatah receberam permissão de Israel e do Egito para viajar para a Cisjordânia. "Não vou morar em um Estado controlado pelo Hamas", disse Shadi, um combatente da facção Fatah, depois de fugir de Gaza para a Cisjordânia através de uma passagem por Israel.

Problemas na Cisjordânia

Cerca de 250 manifestantes, incluindo 50 homens armados do Fatah, invadiram o prédio do Parlamento em Ramallah. Os militantes agarraram o vice-presidente da casa, filiado ao Hamas, e o levaram do prédio, de acordo com testemunhas. Ele não ficou ferido.

Em Hebron, outra cidade da Cisjordânia, militantes das Brigadas dos Mártires Aqsa, um grupo ligado ao Fatah, invadiram prédios governamentais e criaram postos de controle para identificar membros do Hamas.

Muitos correligionários do Fatah em Gaza temem represálias do Hamas. "Fomos destruídos... sinto-me perdida", disse Umm Rami, cujo marido é coronel das Forças de Segurança Nacional, dominadas pelo Fatah.

Pela lei Palestina, Abbas pode declarar estado de emergência de até 30 dias, que poderá ser estendido por mais 30 dias, com a aprovação do Parlamento.

O Hamas detém a maioria do Parlamento, embora a prisão por Israel de quase metade dos deputados do Hamas coloque essa maioria em dúvida e torne as chances de atingir um quorum difíceis. Isso poderia permitir que Abbas mantenha o estado de emergência por mais tempo.





Fonte: Reuters

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