Time de taekwondo do Iraque é achado morto no deserto
Familiares em prantos reuniram-se no Hospital Imam Ali, em Bagdá, para fazer a identificação dos corpos, encontrados na quinta-feira (14).
Imagens televisivas mostravam um amontoado de crânios, alguns com tufos de cabelo preto, e outros ossos dentro de uma bolsa branca. Os parentes remexiam objetos, como camisetas sujas, calças e sandálias, num corredor do hospital.
"Esses jovens honraram o nome do Iraque... esses inocentes foram mortos sem nenhuma razão e são mártires", afirmou Juan Muhawi, de 60 anos, pai de uma das vítimas.
Quinze lutadores de taekwondo foram sequestrados em maio de 2006 enquanto viajavam de ônibus pelo deserto de Anbar a caminho da Jordânia, onde participariam de um curso.
O diretor do hospital, Qasim al-Mudalal, afirmou que foram recuperados restos mortais que podem pertencer aos últimos dois membros da equipe. "Eles foram mortos assim que foram seqüestrados. Foram mortos e deixados no deserto", afirmou Hameed al-Hai'es, chefe de um grupo sunita que combate a al-Qaeda em Anbar.
O chefe do comitê olímpico iraquiano, Bashar Mustafa, declarou três dias de luto e ordenou que a seleção de futebol usasse braçadeiras pretas no jogo contra o Irã, neste sábado, em Amã, na Jordânia.
Milhares de iraquianos têm sido seqüestrados no conflito entre sunitas e xiitas. Atletas são alvos frequentes, principalmente de grupos islâmicos que consideram o esporte contrário aos valores religiosos.
Em julho de 2006, o então presidente do comitê olímpico iraquiano e cerca de 30 outras autoridades esportivas foram sequestradas. A maioria ainda não foi localizada.
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