Queda do preço do álcool não chega aos consumidores

O preço médio do álcool combustível recuou pela oitava semana consecutiva nas usinas paulistas. Segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o preço do anidro (misturado à gasolina) e o do hidratado (álcool combustível) são os menores desde a semana encerrada em 17 de junho de 2005.

Nesta semana, o preço do álcool anidro caiu 1,9% nesta semana ante a passada, de R$ 0,68666 para R$ 0,67361 o litro; o hidratado variou de R$ 0,59488 para 0,589363, queda de 0,88%. A oferta em alta com o início da safra 2007/2008 de cana-de-açúcar no Centro-Sul segue pressionando os preços dos dois tipos de álcool, que, em valores absolutos, são os menores nos últimos dois anos.

Consumidor não sente

Os donos de postos dizem que apenas repassam o que as distribuidoras determinam - se alguém está ganhando dinheiro com isso, não são eles. "Quem está ganhando dinheiro hoje, com certeza, são as distribuidoras. Estão demorando a repassar para os revendedores, os donos de postos", afirma Renê Abad, presidente sindicato da categoria. O sindicato das empresas distribuidoras diz que o mercado de combustíveis é muito competitivo e que não há ganhos excessivos.

Os economistas atribuem a oscilação de preços à livre concorrência, já que o mercado não tem nenhum tipo de controle do governo. "Quem tem, de certa forma, que exigir essa redução, é o próprio consumidor", diz Sigismundo Bialorkorski, economista da USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.