Médicos conseguem detectar cedo o câncer de ovário
O novo conselho é o primeiro reconhecimento oficial de que câncer ovariano, que até então acreditava-se poder ser identificado somente depois de atingir estágio avançado, causa sintomas em estágios anteriores em muitas mulheres.
Os sintomas que devem ser observados são inchaços, dor pélvica ou abdominal, dificuldade para comer ou se sentir preenchida rapidamente e sentir uma necessidade urgente ou freqüente de urinar. Se a mulher sentir algum desses problemas quase todos os dias por mais do que duas ou três semanas, ela deve procurar um ginecologista, especialmente se os sintomas forem novos e muito diferentes de seu estado de saúde usual.
A expectativa é a de que as recomendações farão com que os pacientes e os médicos estejam cientes dos sintomas iniciais, levando a diagnósticos precoces e, talvez, a salvar vidas -- ou, pelo menos, prolongar a sobrevivência.
Mas ainda é muito cedo para dizer se as novas medidas funcionarão ou se levarão a uma torrente de testes de diagnóstico ou operações desnecessários.
Especialistas em câncer dizem que vale a pena tentar uma estratégia mais agressiva para encontrar câncer ovariano cedo. A doença está entre os tipos mais mortais de câncer, porque a maioria dos casos é diagnosticada tarde, depois que o câncer começou a se espalhar. Em 2007, só nos Estados Unidos, esperam-se 22.430 novos casos e 15.280 mortes pela doença.
Se o câncer for encontrado e removido cirurgicamente num estágio inicial, antes que se espalhe para fora do ovário, 93% dos pacientes vivem até cinco anos depois. Mas apenas 19% dos casos são detectados tão cedo, e 45% de todas as mulheres com a doença sobrevivem menos que cinco anos depois do diagnóstico. Em comparação, entre as mulheres com câncer de mama, 89% sobrevivem por cinco anos ou mais.
As novas recomendações, que devem ser anunciadas formalmente em 25 de junho, estão sendo elaboradas pela Fundação Ginecológica de Câncer, pela Sociedade de Oncologistas Ginecológicos e pela Sociedade Americana de Câncer, todas nos Estados Unidos, e pelo menos outros 12 grupos apóiam a iniciativa.
"Não queremos assustar as pessoas, mas também queremos armá-las com a informação apropriada", diz Barbara Goff, diretora de oncologia ginecológica da Universidade de Washington em Seattle e autora de vários dos estudos que ajudaram a identificar os sintomas relevantes. "A maioria das vezes não será câncer de ovário, mas é algo que deve ser considerado."
Ela enfatiza que os problemas relativamente novos e persistentes são os mais importantes. Então, o inchaço regular que muitas vezes acompanha os períodos menstruais não deveria qualificar, nem uma história de vida recheada de problemas de indigestão.
Ainda assim, todo cuidado é pouco. Com câncer de ovário, até mesmo um atraso de poucos meses no diagnóstico pode fazer a diferença na sobrevivência, porque os tumores podem crescer e se espalhar rapidamente pelo abdômen para intestinos, fígado, diafragma e outros órgãos, segundo Goff.
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