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Saúde
Sexta - 15 de Junho de 2007 às 13:42

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Do Brasil ao Japão, as listas de pacientes que precisam de um transplante se alongam por causa da penúria de órgãos, apesar das situações e regulamentações diferentes de um país para outro, com prazos de espera que podem chegar a vários anos em certos casos. O rim aparece como o órgão mais solicitado no mundo, segundo dados obtidos pela AFP.

O mundo inteiro está cada vez mais consciente destas carências, promovendo inclusive polêmicas iniciativas, como um recente programa de televisão na Holanda em que estaria supostamente em jogo a doação de um rim. O número de pessoas que doam órgãos difere de forma significativa de um país para outro na União Européia: de 34,6 doadores por milhão de habitantes na Espanha para apenas 0,5 em Romênia, passando por 6 na Grécia e 13,8 na Grã-Bretanha.

Apesar da hemodiálise, o transplante de rim continua sendo a melhor maneira de tentar combater a insuficiência renal. E a "epidemia mundial" de diabetes, uma das principais causas da insuficiência renal, temida pelos especialistas, poderá agravar a situação.

Durante 2005 foram transplantados 66 mil rins, segundo os dados relativos a 98 países, o que representa modestamente 10% das necessidades estimadas, de acordo com a revista britânica médica The Lancet em sua última edição.

Diante do aumento da comercialização de órgãos e do "turismo de transplantes", que representariam cerca de 10% dos transplantes realizados no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em março passado a criação de um fórum mundial para desenvolver novas linhas de conduta. O Instituto de Urologia e de Transplantes de Karachi revelou que entre 80% e 85% de todos os transplantes realizados no Paquistão eram feitos com objetivos comerciais.

A China, que com freqüência tem sido acusada de traficar órgãos extraídos dos condenados à morte, promulgou sua primeira lei sobre a proibição do comércio de órgãos humanos. Segundo estatísticas oficiais, a cada ano cerca de 1,5 milhão de pacientes entram na fila por um transplante na China, mas apenas 10 mil demandas são satisfeitas. Um número que colocaria o gigante asiático no segundo lugar em número de transplantes realizados, atrás dos Estados Unidos (14.756 transplantes em 2006).

Na União Européia, onde dez pessoas que estão à espera de um trasplante morrem por dia, a Comissão de Bruxelas apresentou em maio um plano para promover a doação de órgãos, propondo em particular a criação de um cartão europeu de doador. Há poucos dias, um programa de TV holandês pôs em jogo a doação de um rim, mas que, na verdade, se tratava de uma brincadeira destinada a alertar a opinião pública a respeito da falta de doações de órgãos.

A maioria dos europeus (56%) estaria disposta a doar um de seus órgãos depois da morte, mas apenas 12% deles possuem um cartão de doador e apenas 41% discutiram o assunto com sua família. Em vários países, é a família do falecido que tem a última palavra. Na Austrália, que tem um dos percentuais mais baixos de doadores do mundo, uma em cada três famílias família se opõe à doação.





Fonte: AFP

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