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Internacional
Quinta - 14 de Junho de 2007 às 19:52

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Os Estados Unidos disseram hoje que o radar oferecido pela Rússia no Azerbaijão não é uma alternativa ao que pretende instalar na República Tcheca como parte de seu escudo antimísseis na Europa, que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiu complementar para proteger o flanco sudeste do continente.

Após um Conselho Otan-Rússia realizado em paralelo à reunião de ministros da Defesa da Aliança, o secretário de Defesa americano, Robert Gates, disse que foi "muito explícito" à respeito do assunto com seu colega russo, Anatoli Serdiukov.

Segundo Gates, os EUA consideram o radar de Gabalá (Azerbaijão) como "uma capacidade adicional", por isso que o país tem a intenção de continuar negociando a instalação de um radar na República Tcheca.

Washington também negocia com Varsóvia o posicionamento de uma base de 10 interceptores em seu território, com o objetivo de resistir a ataques balísticos provenientes do Irã.

A oferta do radar no Azerbaijão, feita pelo presidente russo, Vladimir Putin, na cúpula do G8 na Alemanha na semana passada, tinha como fim acabar com a crise entre Moscou e Washington por causa do escudo antimísseis, que a Rússia considera uma ameaça para sua segurança.

O ministro da Defesa da Espanha, José Antonio Alonso, declarou que, segundo a informação que tinha de seus assessores, "a oferta russa é interessante, mas não é tecnicamente viável nem suficiente".

Segundo o secretário da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, "nenhum aliado pôs hoje em dúvida as negociações entre EUA, Polônia e República Tcheca" para o escudo antimísseis americano.

A Otan encomendou hoje um estudo, que será apresentado aos ministros da Defesa em fevereiro de 2008, para determinar as implicações políticas e militares do escudo antimísseis americano sobre o sistema de defesa estudado pela Aliança.

De Hoop Scheffer disse que a Otan pode complementar o escudo com seu sistema de defesa contra mísseis de curto e médio alcance para proteger Bulgária, Romênia, Grécia e Turquia, que ficam fora da cobertura americana.

"Todos os aliados são iguais", declarou o secretário-geral antes de insistir no princípio da "indivisibilidade da segurança" dentro da Aliança e de destacar que "a Otan já tem um Mapa de Caminho claro para sua defesa antimísseis, com prazos concretos", para o qual se espera uma decisão na cúpula de Bucareste em abril de 2008.

Gates expressou seu "apreço" pela oferta russa do radar no Azerbaijão, que segundo ele foi um "reconhecimento" de Putin da existência da "ameaça de um ataque com mísseis provenientes do Oriente Médio".

"Queremos trabalhar com os russos sobre a questão da defesa antimísseis como parceiros", assinalou.

O secretário de Defesa americano se mostrou "cético" a respeito de uma reunião de especialistas para estudar a utilidade do radar do Azerbaijão, antes da cúpula que Putin e o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, celebrarão em Washington nos dias 1 e 2 de julho.

Os ministros aliados reafirmaram hoje a necessidade de uma "máxima transparência" com a Rússia sobre os planos de defesa antimísseis, para evitar um aumento das tensões, e insistiram em que a Otan e o Conselho Otan-Rússia são os foros adequados para discutir o tema.

"A Rússia deve ter garantias de transparência", declarou o ministro espanhol, afirmando que o sistema de defesa antimísseis é "puramente defensivo" e "não vai prejudicar a Rússia".





Fonte: Reuters

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