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Economia
Quinta - 14 de Junho de 2007 às 19:16

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Em Cuiabá, R$100 milhões são jogados no lixo todos os meses. Este é o apontamento do Compromisso Empresarial para Reciclagem-Cempre sobre a evasão de materiais provenientes da capital mato-grossense e que podem ser reciclados, mas que acabam no lixo, nos rios ou vão para indústrias de reciclagem de outros estados.

Os números foram apresentados no seminário “O Lixo e seus Desafios”, promovido pelo Fórum de Empresários de Mato Grosso-Foremat, por meio de sua Rede “Plantando Sementes”. Segundo o presidente do Foremat, Célio Fernandes, além da perca de dinheiro, a situação ainda coloca em risco o meio ambiente, ao destruir a natureza. “No Ciclo do Ouro, por exemplo, se escavava a terra e os rios, destruindo o meio ambiente. Hoje, se destrói jogando 'ouro' na terra e nos rios, já que, comprovadamente, estamos vendo o quanto vale o lixo – de garrafas PET a todos os tipos de papéis”.

Uma das soluções para o problema, segundo o diretor do Cempre, Antônio Carlos Cabral Amaral, está na “criação de unidades de reciclagem especializadas em diversos tipos de materiais e reunidas no proposto Parque Industrial de Reciclagem”. O parque daria não só a devida destinação ao lixo, mas, atrairia para a capital, indústrias de produção de embalagens, entre outros itens, barateando o custo destes materiais para as empresas locais. “Os empresários da capital e de todo o Mato Grosso devem se unir para criar o Parque. Afinal, os benefícios são para todos”, afirmou.

Para o presidente do Foremat a idéia da criação do Parque é extremamente importante no contexto socioeconômico mato-grossense da atualidade. “Teremos benefícios ambientais e socioeconômicos, perfazendo o círculo virtuoso de geração de emprego e renda e redução de impactos ambientais”. Célio lembra que o princípio que move o Programa de Responsabilidade Sócio-Ambiental do Foremat, em formatação, é justamente “o desenvolvimento sustentável”.

Números

Atualmente, uma empresa no ramo de reciclagem de latinhas de alumínio em Cuiabá e Várzea Grande, gera emprego direto para 500 pessoas e indireto para outras duas mil. O movimento financeiro deste trabalho regional, de acordo com Cabral, “chega a R$ 1 milhão por mês, R$ 12 milhões por ano.

O Cempre está mantendo um Centro de Reciclagem de Latas e Garrafas PET em Tangará da Serra desde o ano passado. No local já passaram cerca de 400 aprendizes. “Para o Parque Industrial de Reciclagem há uma área de cerca de 100 mil metros no Distrito Industrial de Cuiabá destinada a este objetivo”. Com este Parque em Cuiabá, há capacidade não só de manter no Estado o montante de reciclados recolhido hoje, como aumentá-lo, comprando lixo reciclável dos estados do Pará, Acre e Rondônia, que passam dentro de Cuiabá para seguir para outros Estados”.

Brasil

O Brasil tem cerca de 500 mil catadores de resíduos sólidos cadastrados, sendo 160 mil só para coleta de latinhas de alumínio. O Brasil está entre os 10 maiores recicladores do mundo e é pentacampeão em reciclagem de latinhas de alumínio, significando que 98% de sua produção deste item é direcionada para reciclagem. Outro número mostra a importância na área de reciclagem de garrafas PET: Segundo o Cempre, 40% dos problemas de enchentes em qualquer cidade brasileira estão relacionados ao descarte deste material nos rios. Vale lembrar ainda que cada pessoa produz em média, 1 quilo de lixo por dia, dividido entre plásticos, papéis e orgânicos e outros.





Fonte: RMT-Online

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