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Educação/Vestibular
Sexta - 19 de Abril de 2013 às 09:16

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A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso da Assembleia Legislativa recebeu nesta quinta-feira (18), representantes da segurança pública do Estado -para discutir sobre o episódio ocorrido entre os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e os policiais militares, no mês de março deste ano.

 
 
A oitiva, que foi requerida pelo deputado Ademir Brunetto, ouviu o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, o comandante geral da Policia Militar de Mato Grosso, coronel Nerei Adriano Denardi, o capitão da PM Gilson Vieira da Silva e o comandante do 24º Batalhão da PM-major Esnaldo, responsável pelas investigações.

 
 
MANIFESTAÇÃO- No dia 06 de março, cerca de 50 estudantes reivindicaram contra o fechamento de vagas nas casas de estudantes mantidas nas proximidades do Campus da Universidade Federal de Mato Grosso- UFMT. De acordo com relatos de estudantes, cerca de 10 alunos ficaram feridos por balas de borracha disparadas pela Policia Militar.

 
 
Os manifestantes obstruiu uma das pistas da Avenida Fernando Corrêa da Costa - sentido Coxipó/Centro. A assessoria da PM informou, na época, que não agiram com violência e ainda, que os estudantes começaram a atirar pedras contra os policiais, dando inicio ao confronto. Além dos estudantes, três policiais também ficaram feridos.

 
 
Segundo o capitão Gilson Vieira, responsável no primeiro momento pela ocorrência, a Policia Militar, da Base Comunitária do Boa Esperança, estava atuando de forma pacifica, em conformidade com a solicitação dos estudantes.



 
O momento de resistência foi durante a solicitação de desobstrução da Avenida Fernando Corrêa que estava bloqueada com cavaletes de ferro usados na obra da trincheira que está em construção na avenida.

 
 
Vieira explicou que num certo momento a situação estava insustentável e foi necessário acionar reforço com a Ronda Tática Metropolitana (Rotam). Enquanto a Rotam agia por um lado, os policiais da base comunitária retiravam os cavaletes da avenida. Vieira afirmou ainda que não testemunhou a agressão aos estudantes, mas ouviu os tiros. “A ação da Rotam foi afastada da nossa. Quando terminávamos de liberar o trânsito foi o tempo da Rotam agir”, relatou.

 
 
O presidente da Comissão, deputado Emanuel Pinheiro (PR) declarou lamentável o ocorrido e avaliou como positiva a reunião, uma vez que é importante que as autoridades da segurança pública esclareçam os fatos. “Esperamos que esse episódio seja resolvido e não caia no esquecimento. A Assembleia Legislativa quer uma resposta, assim como a sociedade”.

 
 
Para Ademir Brunetto (PT) a preocupação maior foi quanto ao procedimento feito pela policia, onde ao invés de utilizar outros meio usaram de violência física e recursos como balas de borrachas. “Vamos acompanhar até a conclusão do inquérito e queremos saber quais os procedimentos que serão tomados. O fato não poderá ficar impune”, cobrou o parlamentar.

 
 
O comandante geral da PM, coronel Nerci Denardi informou que quatro policiais foram afastados do cargo. Dentre eles, por medida de segurança, o capitão Gilson Vieira da base comunitária do Boa Esperança e mais três da Rotam.

 
 
INQUÉRITO- Um inquérito policial foi instaurado e o prazo para conclusão é de 30 dias e deverá ser encaminhado para a Justiça para que se tomem as medidas cabíveis. Todos os alunos, vitimas da agressão foram identificados e convocados para prestar contas e realizar os exames de corpo de delito. Alem dos estudantes três policiais realizaram os exames.

 
 
Cópias de vídeos, imagens fotográficas foram requisitadas aos meios de comunicação que registraram a ação. Denardi esclareceu que após a conclusão do inquérito dependerá do Ministério Público Estadual oferecer denuncia e se caso isso ocorrer os culpados poderá ser demitidos da corporação e até mesmo detenção.



 
O secretário de Estado de Segurança Púbica, Alexandre Bustamante garantiu que todos os excessos por parte da Policia Militar estão sendo apurados. “Não vamos aliviar ninguém, mas não podemos responsabilizar toda a corporação da PM, e sim, quem cometeu os excessos”, afirmou o secretário ao reforçar que não vai pactuar com equívocos e erros.



 
Do outro lado, o estudante Kaiubi Emanuel relatou que a ação da PM foi errada, pois durante o confronto, havia aproximadamente 50 estudantes e 20 policiais e inclusive, o tiroteio atingiu pessoas inocentes como um pedreiro que trabalhava na obra.

 
 
Os parlamentares João Malheiros (PR) e Alexandre Cesar (PT) também se manifestaram contra a ação dos policiais e cobrar a elucidação dos fatos. Alexandre solicitou ainda que após a conclusão do inquérito, uma cópia do relatório final seja encaminhada a Comissão de Direitos Humanos.





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