PIB cresce 4,3% no primeiro trimestre
Os novos números são os primeiros divulgados desde a revisão da metodologia de cálculo do PIB, anunciada pelo IBGE em março (leia aqui), que revelou uma economia maior e em crescimento mais acelerado do que se imaginava.
As mudanças no cálculo foram elogiadas pelo mercado, mas dificultaram a vida dos economistas - para fazer suas previsões, tiveram de revisar todos os seus procedimentos, que hoje passam pelo primeiro teste de confiabilidade.
As projeções do chamado mercado para o primeiro trimestre variavam ontem de 4,1% (consultoria LCA) a 4,8% (Tendências), passando por 4,3% (MB Associados).
Houve mudanças significativas nas expectativas do mercado nos últimos meses. Quando o Programa de Aceleração do Crescimento foi anunciado, em janeiro, o ceticismo em relação às metas foi generalizado. "Se crescermos 3,5% tem que soltar rojão", disse, na época, o economista Samuel Pessôa, da Fundação Getúlio Vargas.
Mas ainda não é o PAC o responsável pela aceleração do crescimento, já que o programa ainda não deslanchou. O que tem puxado o PIB não são os investimentos governamentais, mas o consumo, os investimentos privados e a recuperação do setor agrícola.
Nos primeiros três meses de 2007, o setor que mais cresceu em relação a igual período de 2006 foi o de serviços (4,6%) - o mais diretamente influenciado pela expansão do crédito e pela lenta e contínua elevação da renda no país. O comércio, um dos subsetores dos serviços, teve expansão de 6%. A indústria cresceu 3% e a agropecuária, saindo de uma longa crise, 2,1%.
Outro ponto importante é a expansão de 7,2% no item Formação Bruta de Capital Fixo - basicamente, investimentos de empresas em construção e aquisição de máquinas. O crescimento forte é um ótimo sinal, pois indica que os empresários estão se preparando para produzir mais.
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