PF pode decretar preventiva de megaempresário do agronegócio de MT
O delegado informou que Marchett tem até esta quarta-feira para se apresentar expontaneamente à Polícia Federal. Do contrário, admitiu que poderá ser expedido solicitação à Justiça Federal para que seja decretado um mandado de prisão preventiva, "por se tratar de um fugitivo da Polícia” disse o delegado.
A PF está à procura do empresário Elói Marchetti desde segunda-feira (11). Ele é considerado um dos principais nomes do agronegócio no Estado de Mato Grosso e sua empresa, como o nome de fantasia Sementes Carolina, é apontada como receptora de agrotóxicos contrabandeados de uma quadrilha que agia nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Minas Gerais. O bando, segundo a Polícia, operava com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando de agrotóxicos.
O funcionário de Marchett, José Íris, foi preso na segunda-feira passada, por volta do meio-dia, sob acusação de ter ligação com o esquema de contrabando e prestou depoimento ontem, mas negou participação.
Dos 18 mandados expedidos, a Federal cumpriu 15 até segunda-feira, entre eles, contra os dois supostos líderes da organização criminosa, identificados como os irmãos Nasser Kadri e Adib Kadri. O esquema contava com o apoio dos pais deles, Ali Kadri e Hamza, além da irmã Jamile e da sobrinha Flávia. Eles também prestaram depoimento ontem e negaram qualquer participação no esquema criminoso. De acordo com o delegado Galloni, em casos como este, a principio, é de costume os envolvidos negarem qualquer participação em crimes.
O policial militar Ademir de Lima, que seria uma espécie de “faz-tudo” na quadrilha, foi representado por um advogado, na tarde de ontem, e disse que seu cliente irá se apresentar hoje à PF.
Conforme a Polícia, a quadrilha era investigada há seis meses, até a descoberta de ramificações em outros Estados. Descobriu ainda que Nasser Kadri fazia viagens regulares para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, supostamente para tratar da compra de cocaína.
O comando da Operação Zaqueu é da PF de Dourados (MS), para onde todos os acusados foram recambiados. O juiz federal em Campo Grande (MS), Odilon de Oliveira, foi quem mandou prender Marchett. A família Kadri mora em Mundo Novo, cidade sul-mato-grossense que faz divisa com o Paraná, na fronteira com o Paraguai, onde supostamente recebia o contrabando de agrotóxicos da China e repassava para o Brasil.
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