Juiz acata denúncia contra suspeitos de desmatar floresta na Operação Mapinguari
Madeireiros, empresários, grileiros e até índios estariam envolvidos com o esquema. Eles são acusados de estelionato qualificado, falsidade ideológica, crimes ambientais, furto e receptação, além de formação de quadrilha.
O juiz Julier disse na decisão que há indícios de que os crimes estariam sendo cometidos no interior e no entorno do Parque Indígena do Xingu. "Nos autos, evidencia-se a atuação organizada de proprietários rurais, arrendatários, empresas consultoras ambientais, encarregadas do suporte técnico, servidores públicos responsáveis pela aprovação de planos de manejo e autorizações de exploração de produtos florestais irregulares, lideranças indígenas, madeireiros e transportadores, cada qual agindo em seu âmbito, mas todos com o mesmo propósito: a exploração ilícita e desenfreada do potencial madeireiro da região e, notadamente, do Parque Indígena do Xingu", frisou o magistrado.
Com o recebimento da denúncia, Julier determinou que os índios Ararapan Trumai e Maitê Trumai, detidos em Cuiabá, sejam intimados com urgência. A intenção do juiz é realizar o interrogatório dos dois nesta quarta-feira, dia 13 de junho, às 15h. Os demais, que também estão presos, devem ser interrogados em 20 dias. Após os depoimentos, o juiz decidirá se os acusados serão ou não postos em liberdade.
Com a decisão também ficou determinado que o Incra realize o levantamento fundiário das áreas objeto de planos de manejo na região. A intenção é verificar a legitimidade dos atos de domínio e eventual sobreposição delas sobre o Parque Indígena do Xingu. O Ibama também deve coletar imagens de satélite das áreas manejadas ou que deveriam ser manejadas, efetuando a análise da exploração florestal.
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