MST diz que agronegócio aumentou poder no segundo mandato de Lula

A reforma agrária não é uma prioridade do governo federal, avalia uma das coordenadoras nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marina dos Santos. "Quem tem prioridade dos recursos, empréstimos e investimentos, são as empresas transnacionais do agronegócio".

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a política econômica indicam, para ela, que "quem continua obtendo os lucros e tendo as principais prioridades de investimentos do governo federal são os bancos privados e empresas nacionais e transnacionais".

Marina também cita a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamando os usineiros de "heróis nacionais e mundiais" . Aconteceu um aprofundamento de setores do governo em defesa do agronegócio e em detrimento da agricultura familiar e da reforma agrária", analisa.

A posição do MST em relação ao governo federal é um dos assuntos que será colocado em pauta a partir de hoje, durante o 5º Congresso do movimento. Segundo Marina, o aumento do poder do agronegócio dentro do governo "reafirma a necessidade dos movimentos sociais se organizarem e permanecerem com seus calendários de luta".

Militantes do MST já estão acampados em Brasília desde a semana passada. Durante o 5º Congresso do movimento que começa hoje, serão definidas as estratégias para os próximos cinco anos.