Correa defende Chávez sobre RCTV e coloca cargo à disposição

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou neste domingo que cancelará a concessão de qualquer canal de televisão que conspirar contra seu governo ao defender a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de não renovar a concessão da RCTV.

"Digo de uma maneira muito clara, se depois de provar que um canal apoiou um golpe de Estado e esteve ao lado dos golpistas, como fez a RCTV, eu cancelo este canal", declarou Correa ao jornal "Hoy".

"E Chávez não fez isto, ele esperou para não renovar a freqüência. Me perdoe, mas eu nunca vou apoiar conspiradores", prosseguiu Correa, aliado e amigo pessoal de Chávez.

O governo equatoriano considera que a Venezuela não corta a liberdade de expressão e rebate a idéia de que o caso da não renovação da licença da RCTV possa se repetir no país, apesar dos confrontos do governo com alguns veículos de comunicação.

O chefe de Estado qualificou de "medíocre, corrupto e mentiroso" um setor da imprensa equatoriana no sábado, após a publicação da existência de um suposto relatório afirmando que o governo prepara uma lei que põe em risco o sistema financeiro.

Cargo

Rafael Correa reafirmou ainda neste domingo que colocará o cargo à disposição de uma Assembléia Constituinte com plenos poderes, que será eleita no dia 30 de setembro para elaborar uma nova Carta Magna.

"Todos somos funcionários a curto prazo. No primeiro dia desta assembléia porei meu cargo à disposição da mesma", declarou o presidente ao jornal "Hoy".

"A Assembléia Constituinte é a máxima expressão de que a soberania está no povo e terá que ratificar ou modificar esta decisão. Fui eleito pelos cidadãos para cumprir um mandato", acrescentou.

Correa, que assumiu o poder há cinco meses, estimula a instalação do órgão deliberativo para que o mesmo redija uma nova Constituição, o que foi aprovado por um referendo popular em abril.