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Internacional
Domingo - 10 de Junho de 2007 às 08:04

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Em sua primeira visita à Albânia, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, voltou a pressionar neste domingo por uma resolução rápida para a questão da independência de Kosovo. A ONU, com o apoio dos EUA, estuda oferecer uma independência tutelada à Província separatista sérvia, mas as negociações chegaram a um impasse com a oposição de Belgrado e da Rússia.

"A questão é: vamos manter um diálogo sem fim sobre um assunto sobre o qual já nos decidimos?" questionou hoje Bush durante uma entrevista coletiva na Albânia. "Estou preocupado com as expectativas que foram criadas em Kosovo. Por isso, vamos impulsionar o processo [de independência]", afirmou ele, depois de um encontro com o premiê albanês, Sali Berisha.

O plano da ONU prevê que Kosovo deveria ter sua própria Constituição, hino e bandeira, e que a Província pode pedir para ser membro de organizações internacionais --o que daria efetivamente a ela um status de governo soberano.

Kosovo tem sido um protetorado internacional desde a guerra de 1998-1999 entre tropas sérvias e descendentes de albaneses lutando por independência. O governo em Belgrado ofereceu ampla autonomia à Província, mas rejeita uma separação total como exigida pelos kosovares albaneses. A Sérvia considera Kosovo como seu território histórico, além do berço original do Estado e da religião sérvios.

A Rússia, que pode usar seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir a aprovação do plano, se colocou ao lado de Belgrado na oposição à separação da Província. O presidente russo, Vladimir Putin, deixou recentemente patente sua postura ao negar que o caso do Kosovo seja diferente dos de outras regiões com movimentos separatistas, como a Abkházia, a Ossétia do Sul, a Transnístria e o País Basco --para os quais não há pressão internacional a favor de independência. "Não entendemos por que teríamos que apoiar uma série de princípios em uma parte da Europa e outra em outras regiões do continente", disse Putin.

Objetivo final

O presidente americano afirmou que a proposta de adiar por seis meses a votação da questão na ONU --proposta pela França-- só funcionará se a independência de Kosovo for o objetivo final reconhecido por todos.

Durante a cúpula do G8, que se encerrou na Alemanha na última sexta-feira (8), a proposta francesa foi rechaçada pelo Kremlin, que mais uma vez se recusou a reconhecer o objetivo de transformar a Província num Estado independente.

"O que é importante para os kosovares é saber que os EUA e a Albânia apóiam fortemente a independência", acrescentou Bush. Ele sugeriu que os líderes albaneses se reúnam com a Sérvia para negociar a situação com o país até que o CS da ONU decida o destino do plano das Nações Unidas.

Apoio e rejeição

A chegada de Bush à Albânia hoje foi recepcionada com tranqüilidade, ao contrário de suas viagens à Alemanha para o G8 e à Itália, onde ele se reuniu com o papa Bento 16 ontem. A Albânia é um forte aliado americano nos Bálcãs.

Nas ruas da capital, Tirana, bandeiras americanas e faixas de boas vindas aguardavam o presidente. Para demonstrar seu apoio aos EUA, a cidade deu o nome de Bush a uma rua e colocou sua imagem em um selo comemorativo.

O país é o penúltimo destino de Bush em um tour de oito dias na Europa, que deve terminar na Bulgária.

Em Sófia, Bush deverá ter uma recepção diferente. Neste sábado, cerca de 200 búlgaros organizaram uma marcha para protestar contra a visita do presidente ao país.

Os manifestantes desfilaram pela avenida principal de Sófia com cartazes e mensagens anti-Bush. Em poucas horas, no entanto, a zona foi completamente fechada pela polícia, que formou um cordão se segurança.

"Salvem o Iraque de Aldolf Bush, o terrorista número um" e "Bush, volte para casa" eram algumas das mensagens levadas pelos ativistas, em sua maioria pertencentes a grupos nacionalistas e de esquerda.

Os manifestantes também divulgaram uma declaração que pede ao governo búlgaro a retirada dos 155 militares atualmente destacados no Iraque. Outro ponto de protesto é o destacamento de tropas americanas em bases militares na Bulgária.





Fonte: Folha Online

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