Israel ainda espera resposta da Síria a oferta de negociações

JERUSALÉM - Israel ainda não recebeu uma resposta da Síria a suas propostas para retomar negociações de paz, informou neste sábado o ministro dos Transportes, Shaul Mofaz, em declarações à rádio pública israelense.

O ministro de Construção e Habitação, Meir Sheetrit, revelou na sexta-feira, dia 8, que "criou-se um diálogo dinâmico" entre Israel e Síria. Hoje, Mofaz, ex-ministro da Defesa e ex-chefe das Forças Armadas, confirmou a abertura de "um canal secreto" de comunicação entre os dois países.

Mofaz não revelou o conteúdo das mensagens enviadas a Damasco, nem os canais escolhidos. Ele se limitou a afirmar que, por enquanto, o outro lado "não respondeu nem comentou" as propostas.

O ministro explicou que Israel decidiu estabelecer uma comunicação secreta "em razão das tensões atuais" entre os dois países, e também das mensagens sírias "indicando um desejo de paz".

Fontes ligadas ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, confirmaram ontem à noite à televisão local que admite a devolução à Síria das Colinas do Golã, dentro de um acordo de paz. Mas o Escritório do chefe do Governo se negou a confirmar a informação.

Na sexta-feira, o jornal israelense Yedioth Ahronoth afirmou que Olmert enviou ao presidente sírio, Bashar al-Assad, uma mensagem em que se dizia disposto a abandonar as Colinas do Golã se a Síria "deixar de promover o terror" e cortar "gradualmente" suas alianças com o Irã, o guerrilha libanesa xiita do Hisbolá e os grupos palestinos.

Fontes diplomáticas ocidentais disseram a outro jornal, o Jerusalem Post que uma retomada do processo de paz com Israel poderia afastar a Síria da área de influência do Irã.

Sobre o programa nuclear do Irã, Mofaz disse à rádio pública israelense que "todas as opções estão sobre a mesa", inclusive a militar, mas por enquanto é preciso se concentrar em manter ou intensificar as sanções.

Mofaz explicou que Israel e Estados Unidos adotam a mesma estratégia em relação ao Irã, procurando "manter uma frente internacional unida contra o programa nuclear iraniano" e optando pelas sanções neste momento.