EUA acusa Coréia do Norte de usar ajuda da ONU indevidamente

O Governo da Coréia do Norte teria utilizado cerca de US$ 3 milhões da ajuda recebida pela ONU para comprar propriedades na França, no Reino Unido e no Canadá, segundo o jornal "The Washington Post" de hoje.

O jornal cita uma versão confidencial do Departamento de Estado americano, que se baseia em declarações de testemunhas e documentos empresariais.

O Departamento de Estado indicou que muito mais dinheiro da ajuda teria ido parar em uma instituição norte-coreana ligada a um banco por sua vez relacionado com o tráfico de armas.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) destinou cerca de US$ 3 milhões anuais à Coréia do Norte durante a última década para promover o crescimento econômico, o comércio exterior e os investimentos, segundo o jornal.

A agência da ONU suspendeu suas atividades no país em março, quando os EUA acusaram o organismo de participar de práticas financeiras e contratação irregulares.

Uma auditoria preliminar da ONU divulgada na semana passada confirmou que a agência tinha violado suas próprias regras ao contratar pessoal selecionado pelo Governo norte-coreano e pagá-los em moeda estrangeira.

Outra investigação do Departamento de Estado citada pelo "Washington Post" sugere que parte do dinheiro da agência poderia ter contribuído para o enriquecimento de burocratas norte-coreanos.

A investigação indica, segundo o jornal, que a agência da ONU teria fornecido equipamentos a Pyongyang que poderiam ser usados em programas bélicos, como sistemas de posicionamento global (GPS) e acessórios de informática.

Um porta-voz da ONU disse ao jornal que esses sistemas buscam melhorar as previsões meteorológicas em áreas do país afetadas por inundações e secas.

O "Washington Post" lembra que por enquanto o Departamento de Estado não divulgou nenhum documento que comprove as acusações.