Empresa tenta aplicar golpe do falso emprego no DF
"Eles me ofereceram uma vaga com o salário elevado, para o padrão do mercado, de R$ 8,5 mil, mais benefícios de vale-transporte, alimentação, refeição, auxílio-moradia, computador e telefone empresarial. Eles falavam muito sobre a vaga, mas não se referiam de que empresa se tratava. E ainda tinha também plano de previdência privada e plano de saúde", conta o analista de sistemas Rafael Abreu.
Ele ficou empolgado com a oportunidade, mas começou a desconfiar quando a empresa cobrou R$ 1,2 mil para fazer exames psicológicos. Os cheques deveriam ser enviados pelo Correios.
"Eu achei esquisito. Nunca tinha visto uma empresa, que está contratando uma pessoa, cobrar do candidato o texto. Uma vez que é de interesse da empresa contratar o melhor candidato, e não o que tem dinheiro para bancar um teste", diz o analista de sistemas.
A suposta empresa de recolocação profissional agiu bem rápido. No mesmo dia do telefonema, Rafael recebeu, por e-mail, o que seria o contrato de trabalho. Com ele, veio a certeza de que tudo aquilo não passava de um golpe.
'Fadado ao fracasso'
O contrato estava mal escrito, tinha muitos erros de português. E ainda não garantia a vaga, como havia sido prometido por telefone. Rafael, então, pesquisou o site da empresa, e aparecia um endereço em São José dos Campos, no interior de São Paulo. O analista de sistemas resolveu ligar para amigos que moram na cidade e descobriu a fama de "empresa picareta". Ao não devolver o contrato assinado, nem mandar os cheques, Rafael foi procurado mais uma vez, por uma funcionária irritada.
"Eu disse que não tinha gostado do contrato, que tinha vários termos que não me agradavam. A mulher que me ligou começou a dizer que eu não tinha o perfil da vaga, já que eu era uma pessoa pouco empreendedora, pouco dinâmica e que eles buscavam profissionais que tinham coragem de ariscar e vontade de crescer. Ela ainda disse que eu estava fadado ao fracasso. Mas o arriscar para eles era cair no golpe. Eu tive foi sorte de ser o profissional que eles não queriam", afirma Rafael.
"A internet é uma ferramenta muito útil. Mas ela também pode oferecer os dados dos usuários para os estelionatários. Esses crimes são de estelionato e a pena é de um a cinco anos de reclusão", explica a delegada Vera Lúcia Silva.
Para a polícia, é importante que as pessoas registrem esses tipos de golpes na delegacia mais próxima.
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