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Economia
Sábado - 09 de Junho de 2007 às 10:59

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O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, avaliou ontem que o aumento das importações possui um aspecto positivo, que há espaço para redução do saldo comercial e que as exportações continuarão crescendo, a ponto de ultrapassar "com folga" a meta oficial de US$ 152 bilhões.

Em entrevista à Folha, em Brasília, Ramalho descreveu a China como a única sombra a ameaçar setores nacionais devido aos seus produtos manufaturados em quantidade e preços bastante inferiores aos produzidos no Brasil.

Ao ressaltar que as importações de bens de consumo representaram apenas 13,1% do total de compras no ano passado, Ramalho analisou que a entrada de máquinas no país significa modernização do parque tecnológico interno.

"A gente importa muitas vezes insumos, peças e componentes, mas produz também e agrega valor inclusive na exportação brasileira. Neste aspecto é positivo", avaliou.

As importações bateram recorde histórico em maio, US$ 9,78 bilhões, ou 34,2% superior ao registrado no mesmo mês de 2006. A participação dos bens de consumo oscilou para 13,29% do total, um percentual "modesto", para Ramalho.

"Hoje a grande maioria da importação brasileira está diretamente vinculada ao crescimento da produção. O Brasil é um importador ainda relativamente modesto de bens de consumo", assinalou.

O aumento das importações, associado à valorização do real diante do dólar nos últimos meses, será responsável, sempre na avaliação do secretário-executivo, por uma diminuição dos saldos comerciais.

"Espero que ocorra redução dos superávits, não em função de uma queda das exportações, mas em virtude do crescimento das importações", disse.

Diversificação

Enquanto especialistas criticam a dependência das vendas externas brasileiras do alto preço das commodities, principalmente soja, petróleo e minério de ferro, Ramalho aponta dados de diversificação da pauta e aposta em superar as previsões iniciais de exportações.

"De modo geral a exportação como um todo está crescendo acima de nossa previsão, a exportação brasileira vai passar com folga dos US$ 152 bilhões de dólares, vai superar nossa previsão, ao que tudo indica."

No acumulado de 12 meses encerrado em maio, o Brasil exportou US$ 148,3 bilhões.

A chamada invasão de produtos chineses recebe cifras no Ministério do Desenvolvimento. O déficit comercial com o parceiro asiático atingiu US$ 364 milhões, contra US$ 86 milhões no mesmo período do ano passado. A corrente de comércio com o país cresce a uma taxa de 41,3%, quase o dobro dos 23,4% observados na balança com os demais países.

"Há uma preocupação hoje no governo em relação a alguns setores, conceituados como de mão-de-obra intensiva, embora muitos continuem produzindo bastante, exportando."

Mas não há previsão de nova medida compensatória para exportadores ou de proteção a setores nacionais. Por outro lado, a elevação da TEC (Tarifa Externa Comum), do Mercosul, para calçados e confecções pode ter problemas à frente.

Segundo Ramalho, a Argentina quer a inclusão de tecidos entre os setores a serem protegidos, mas o Brasil ainda não tem certeza se isso é uma necessidade.





Fonte: Folha de S.Paulo

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