Xeque-Mate: Justiça prorroga prisão de 67
A prisão temporária começa a contar a partir da detenção. Ela vale por cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período com autorização judicial. Após expirar esse novo prazo, a PF pode ainda solicitar à Justiça prisão preventiva, cujo período é indeterminado.
A detenção dos 76 suspeitos presos no dia da deflagração da operação, segunda-feira (4), venceria nesta sexta. Deles, 13 não tiveram prisão prorrogada e serão libertados. Um já saiu da carceragem: Andrei Cunha, que prestou depoimento duas vezes e aceitou colaborar com as investigações por meio do benefício da delação premiada. Por isso, foi liberado na parte da tarde antes mesmo de vencer o prazo.
Além de Andrei, serão liberados o empresário Alfredo Loureiro Cursino, que foi detido em São Paulo e que teve em sua casa apreendidos pela PF mais de R$ 100 mil, Antonio Trindade Neto, Ayres Eduardo Severo Rauen, Edna de Souza Costa, Elenilton Dutra de Andrade, Idnel Iziquiel Lopes, João José Mucciolo, João Luiz Frederico, Luiz Alfredo Ganassim, Marcos Luciano da Silva Sanches, Paulo do Carmo Sgrinholi e Renato Costacurta Prata.
Entre os que continuam por mais cinco dias na carceragem da PF em Campo Grande (MS) estão o ex-deputado Nilton Cezar Servo, apontado como chefe da suposta quadrilha, e Dario Morelli Filho, pai do afilhado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Foragido
Um dos foragidos, o gerente de casa de bingo Ari Silas Portugal, se apresentou na tarde desta sexta-feira na Superintendência da Polícia Ferderal de Campo Grande (MS).
Com isso, a Operação Xeque-Mate contabilizou 80 presos. Na segunda-feira (4), a PF deflagrou a ação e prendeu 76 pessoas em seis estados; nove ficaram foragidos.
Na terça (5), foram detidos Nilton Cezar Servo e seu filho, Victor Emanuel Servo. Anteontem (6), Hércules Mandetta Neto se apresentou à PF. Agora, após Ari Silas Portugal ter se entregado, ainda são cinco os foragidos. Eles estão na lista da Interpol, a polícia internacional.
Reação
Entre os suspeitos de integrarem a máfia, apenas dois não tiveram prisão decretada, entre eles o irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Na quinta, Lula se irritou ao ser questionado sobre o irmão. O presidente participou de reunião com líderes mundiais na Alemanha.
"Não acho justo, depois de uma reunião com cinco países importantes para tratar de um assunto dessa magnitude, você me perguntar uma coisa que eu poderia falar com você na segunda-feira, em São Paulo, na terça-feira em Brasília, na quinta-feira no Rio de Janeiro, aonde você quiser perguntar", respondeu a um jornalista.
Lula, que já deu declarações defendendo o irmão, preferiu deixar o assunto para depois. "Na segunda-feira, você pode me perguntar o que você quiser da política interna que lhe responderei de peito aberto e de coração muito aberto", completou.
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