OCDE retomará investigação sobre atuação de procurador britânico

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) pretende retomar a sua investigação sobre a decisão britânica de suspender uma pesquisa sobre um acordo de armas com a Arábia Saudita, afirma hoje o jornal "The Guardian".

O caso causou uma grande polêmica no Reino Unido, onde ontem o procurador-geral britânico, Lorde Peter Goldsmith, se viu obrigado a negar ter mandado seus subordinados ocultarem dos investigadores da OCDE detalhes sobre os pagamentos efetuados supostamente em segredo a um príncipe saudita.

O jornal, que nos últimos dias denunciou supostos pagamentos secretos feitos a um príncipe saudita como parte do acordo, afirma hoje que o grupo anticorrupção da OCDE se reunirá em Paris no dia 19 e espera analisar as últimas revelações.

Em dezembro de 2006, o Governo britânico decidiu suspender a investigação do Escritório Antifraudes sobre o acordo al-Yamamah, assinado em 1985, para a venda de aviões militares à Arábia Saudita.

O órgão havia informado a existência de detalhes comprometedores sobre supostos pagamentos ligados ao contrato.

Segundo uma recente investigação do "Guardian", o principal fabricante de armas do Reino Unido, BAE Systems, pagou em segredo mais de ? 1,5 bilhão ao príncipe saudita Bandar bin Sultan, ex-embaixador saudita nos Estados Unidos.

Os pagamentos, acrescentou o jornal, estão relacionados supostamente com o contrato assinado pelo Reino Unido. O príncipe saudita teria sido assim remunerado por seu papel na venda de aviões militares à Arábia Saudita.

Hoje, o "Guardian" afirma que os inspetores da OCDE vão a Londres e poderão pedir explicações ao Governo.