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Nacional
Sexta - 08 de Junho de 2007 às 21:30

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O prefeito de Niquelândia (GO), dois secretários municipais, um vereador e outras 20 pessoas são acusadas pelo Ministério Público de Goiás de participação em um esquema de exploração sexual de duas adolescentes na cidade.

Nesta sexta-feira, o promotor Bernardo Borges ofereceu denúncia à Justiça contra 23 dos envolvidos. O prefeito Ronan Rosa Batista (PTB) só não foi citado porque tem foro privilegiado. O procurador-geral de Justiça de Goiás vai decidir se ele será denunciado.

Segundo o promotor, 18 acusados eram clientes de duas meninas de 14 anos que se prostituíam no município. Os demais são suspeitos de facilitar os encontros. A filha do prefeito e dois assessores dele estão entre os envolvidos. Também são citadas a tia de uma das garotas e comerciantes da cidade, de 38 mil habitantes.

Quinze acusados foram presos pela Polícia Civil no último dia 21, mas apenas um continua na cadeia. Outros oito suspeitos estão foragidos, incluindo os dois secretários municipais e os dois assessores do prefeito.

O caso veio à tona após a detenção de uma das meninas por desrespeito ao toque de recolher às 22h, obrigatório para crianças e adolescentes da cidade. Encaminhada ao Conselho Tutelar do município, ela revelou que mantinha os supostos encontros.

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a denúncia e conseguiu a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos. A acusação é baseada no relato das garotas e em registro de ligações entre elas e os envolvidos. O promotor Borges diz que os depoimentos são detalhados e que os indícios do crime são "muito fortes".

As meninas viviam em outra cidade goiana, Itapuranga, e estiveram várias vezes em Niquelândia para manter programas entre janeiro e abril, de acordo com o inquérito. Elas cobravam entre R$ 50 e R$ 80 por encontro, segundo o Ministério Público. As duas estão agora sob proteção da Justiça em outra cidade da região.

Outro lado

O advogado José Aurélio Rocha, que representa 13 envolvidos no caso --incluindo o vereador citado--, apontou contradições nos depoimentos das duas meninas que fariam programas sexuais em Niquelândia. Ele também reclamou do fato de a denúncia ter sido baseada principalmente no relato das garotas.

Diversos acusados, no entanto, já admitiram que mantiveram encontros com as adolescentes, segundo ele.

Rocha disse que as duas meninas publicaram anúncios e "fotos insinuantes" na internet. O advogado afirmou que as duas já se prostituíam antes de sua chegada a Niquelândia, o que pode abrandar a acusação, feita contra parte dos envolvidos, de que as garotas foram levadas à prostituição por eles. Ele também apontou que uma das adolescentes aparenta ter mais de 18 anos.

A Folha não conseguiu localizar o prefeito Ronan Rosa Batista nesta sexta-feira. A reportagem deixou recado no celular dele, mas não houve resposta. Segundo Felicíssimo Sena, que advoga para o município, Batista ainda não constituiu advogado para o caso, já que não há acusação formal contra ele.





Fonte: Agência Folha

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