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Renan nega acréscimo de bens à declaração após denúncia
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta quinta-feira que tenha acrescentado bens antes ocultos à sua declaração de imposto de renda depois que veio a público sua relação com o lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo em denúncia da revista Veja. O lobista é acusado de pagar despesas pessoais do senador.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense, Calheiros somente teria declarado duas fazendas e parte dos rendimentos com lucros presumidos com atividade rural após a denúncia de suas supostas ligações com Gontijo. De acordo com o jornal, auditores da Receita teriam constatado que o senador só declarou as glebas rurais, anteriormente omitidas do fisco, por meio de duas declarações de bens retificadoras.
A existência das supostas declarações retificadoras comprometeria a defesa de Renan, que nega que o lobista tenha pago as despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, mãe de uma filha do senador.
De acordo com a defesa apresentada por Renan ao Conselho de Ética da Casa, onde responde a processo, as despesas teriam sido pagas com os rendimentos rurais de suas fazendas que, segundo ele, totalizaram R$ 1,7 milhão no ano passado.
Estratégia da defesa
A estratégia de defesa de Renan é mostrar que não precisaria recorrer ao lobista para pagar a pensão. Em nota divulgada durante a tarde, Calheiros disse que "é total e absolutamente falsa a afirmação sustentada na matéria" de que tenha apresentado declarações retificadoras do Imposto de Renda após se tornarem públicos fatos envolvendo sobre sua vida privada. Calheiros afirma, na nota, que suas atividades rurais foram declaradas conforme as declarações de renda entregues ao Senado.
Bens
Ao mostrar sua capacidade financeira, o senador revelou também sua evolução patrimonial. Nos últimos quatro anos, Renan teve um crescimento patrimonial de 73% nos últimos quatro anos. Segundo suas declarações, ele teria partido de um patrimônio declarado de R$ 984 mil, em 2002, para R$ 1,7 milhão no final de 2006, em valores atualizados.
Veja abaixo as acusações contra o presidente do Senado:
Operação Navalha - As conversas gravadas pela PF apontam que o ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra, junto com outros acusados de integrar o esquema de fraudes em licitações de obras, articulavam para que Renan pressionasse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a liberar recursos para obras fraudadas.
Em conversa com Enéas Alencastro, representante do governo de Alagoas em Brasília, Adeílson diz que se encontrou no dia anterior com Renan e afirma que o senador pediu para que ele conversasse com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB).
Adeílson e Enéas tratam sobre uma obra que deve ser licitada para o Estado, mas que pode ser compartilhada com municípios. Os dois citam Marco - não identificado - para "brigar para ir tudo pro Estado". Adeílson então diz que se encontrou no dia anterior com "ele (Marco), Olavo (deputado Olavo Calheiros, do PMDB, irmão de Renan) e com Vanderlei para conversar sobre esses problemas".
Enéas responde então que é para "tocar a parte da gente, e se depois Renan decidir com Dilma, com quem for, decidir que a prefeitura entra, nós estamos habilitados e aí a gente senta com eles em pé de igualdade, não senta na mão deles".
"Na sexta-feira, tive uma conversa muito boa com o governador. Essa semana a gente deixa a inadimplência de lado", diz Enéas. Para concluir a conversa, Adeílson diz: "O senador me pediu para gente sentar, nós dois, evidentemente levar isso ao governador, e ver o que acrescenta nas obras estruturantes pra botar logo no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento)".
Relação com lobista - A revista Veja publicou na semana passada que de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, teria pago pensão mensal de R$ 12 mil para uma filha de três anos que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso.
Renan argumenta que o dinheiro da pensão vem de rendimento de atividades agropecuárias, que recebeu uma herança. Renan dirá ainda no pronunciamento que pediu a Cláudio Gontijo para fazer os pagamentos porque desejava "manter discrição sobre o caso", segundo a assessoria.
"É intolerável que, de uma turbulência circunscrita à minha mais íntima privacidade, se queira extrair ilações desarrazoadas e conclusões perversas", acrescentou Renan em nota oficial distribuída na sexta. O processo de reconhecimento de paternidade vinha sendo conduzido na Vara de Família do Distrito Federal, sob segredo de Justiça.
"Laranjas" - Já o jornal O Globo também na semana passada diz que Renan e seu irmão Olavo são acusados de ocultar que são donos de propriedades rurais na região de Murici, Alagoas. Dimário Cavalcante, primo de Renan, alega que vendeu ao senador a Fazenda Novo Largo, que não consta da declaração de bens entregue pelo senador à Justiça Eleitoral. A suspeita é de que Renan use "laranjas" para esconder ser donos de fazendas em Alagoas.
Dimário, segundo O Globo, teria procurado o Ministério Público para denunciar o senador em 2005 depois de ter descoberto que, pelo menos em documentos públicos, aparecia como dono de uma fazenda em Murici sem nunca ter adquirido a propriedade.
Segundo ele, seu nome foi usado para que a família Calheiros recebesse indenizações milionárias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro do plano de recuperação ambiental da região, na Estação de Murici, que pertence à Mata Atlântica. As suspeitas de fraude interromperam o processo.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Correio Braziliense, Calheiros somente teria declarado duas fazendas e parte dos rendimentos com lucros presumidos com atividade rural após a denúncia de suas supostas ligações com Gontijo. De acordo com o jornal, auditores da Receita teriam constatado que o senador só declarou as glebas rurais, anteriormente omitidas do fisco, por meio de duas declarações de bens retificadoras.
A existência das supostas declarações retificadoras comprometeria a defesa de Renan, que nega que o lobista tenha pago as despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, mãe de uma filha do senador.
De acordo com a defesa apresentada por Renan ao Conselho de Ética da Casa, onde responde a processo, as despesas teriam sido pagas com os rendimentos rurais de suas fazendas que, segundo ele, totalizaram R$ 1,7 milhão no ano passado.
Estratégia da defesa
A estratégia de defesa de Renan é mostrar que não precisaria recorrer ao lobista para pagar a pensão. Em nota divulgada durante a tarde, Calheiros disse que "é total e absolutamente falsa a afirmação sustentada na matéria" de que tenha apresentado declarações retificadoras do Imposto de Renda após se tornarem públicos fatos envolvendo sobre sua vida privada. Calheiros afirma, na nota, que suas atividades rurais foram declaradas conforme as declarações de renda entregues ao Senado.
Bens
Ao mostrar sua capacidade financeira, o senador revelou também sua evolução patrimonial. Nos últimos quatro anos, Renan teve um crescimento patrimonial de 73% nos últimos quatro anos. Segundo suas declarações, ele teria partido de um patrimônio declarado de R$ 984 mil, em 2002, para R$ 1,7 milhão no final de 2006, em valores atualizados.
Veja abaixo as acusações contra o presidente do Senado:
Operação Navalha - As conversas gravadas pela PF apontam que o ex-secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra, junto com outros acusados de integrar o esquema de fraudes em licitações de obras, articulavam para que Renan pressionasse a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a liberar recursos para obras fraudadas.
Em conversa com Enéas Alencastro, representante do governo de Alagoas em Brasília, Adeílson diz que se encontrou no dia anterior com Renan e afirma que o senador pediu para que ele conversasse com o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB).
Adeílson e Enéas tratam sobre uma obra que deve ser licitada para o Estado, mas que pode ser compartilhada com municípios. Os dois citam Marco - não identificado - para "brigar para ir tudo pro Estado". Adeílson então diz que se encontrou no dia anterior com "ele (Marco), Olavo (deputado Olavo Calheiros, do PMDB, irmão de Renan) e com Vanderlei para conversar sobre esses problemas".
Enéas responde então que é para "tocar a parte da gente, e se depois Renan decidir com Dilma, com quem for, decidir que a prefeitura entra, nós estamos habilitados e aí a gente senta com eles em pé de igualdade, não senta na mão deles".
"Na sexta-feira, tive uma conversa muito boa com o governador. Essa semana a gente deixa a inadimplência de lado", diz Enéas. Para concluir a conversa, Adeílson diz: "O senador me pediu para gente sentar, nós dois, evidentemente levar isso ao governador, e ver o que acrescenta nas obras estruturantes pra botar logo no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento)".
Relação com lobista - A revista Veja publicou na semana passada que de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, teria pago pensão mensal de R$ 12 mil para uma filha de três anos que o senador tem com a jornalista Mônica Veloso.
Renan argumenta que o dinheiro da pensão vem de rendimento de atividades agropecuárias, que recebeu uma herança. Renan dirá ainda no pronunciamento que pediu a Cláudio Gontijo para fazer os pagamentos porque desejava "manter discrição sobre o caso", segundo a assessoria.
"É intolerável que, de uma turbulência circunscrita à minha mais íntima privacidade, se queira extrair ilações desarrazoadas e conclusões perversas", acrescentou Renan em nota oficial distribuída na sexta. O processo de reconhecimento de paternidade vinha sendo conduzido na Vara de Família do Distrito Federal, sob segredo de Justiça.
"Laranjas" - Já o jornal O Globo também na semana passada diz que Renan e seu irmão Olavo são acusados de ocultar que são donos de propriedades rurais na região de Murici, Alagoas. Dimário Cavalcante, primo de Renan, alega que vendeu ao senador a Fazenda Novo Largo, que não consta da declaração de bens entregue pelo senador à Justiça Eleitoral. A suspeita é de que Renan use "laranjas" para esconder ser donos de fazendas em Alagoas.
Dimário, segundo O Globo, teria procurado o Ministério Público para denunciar o senador em 2005 depois de ter descoberto que, pelo menos em documentos públicos, aparecia como dono de uma fazenda em Murici sem nunca ter adquirido a propriedade.
Segundo ele, seu nome foi usado para que a família Calheiros recebesse indenizações milionárias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), dentro do plano de recuperação ambiental da região, na Estação de Murici, que pertence à Mata Atlântica. As suspeitas de fraude interromperam o processo.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/223041/visualizar/
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