Zé Roberto deve definir o seu futuro na próxima semana

SANTOS - As declarações de Zé Roberto, em tom de despedida, após a eliminação do time na Libertadores, quarta-feira à noite, na Vila Belmiro, tinha um endereço certo: a diretoria do Santos. Uma fonte ligada ao jogador disse que o meia está dividido entre permanecer no futebol brasileiro ou retornar à Europa, aceitando a proposta de seis milhões de euros por duas temporadas do Bayern de Munique. “Mas, até o momento [madrugada de quinta-feira], o presidente do Santos não procurou saber se Zé Roberto tem interesse em fazer um novo contrato com o clube”, disse a pessoa ligada ao meia.

A assessoria de Zé Roberto informou que segunda ou terça-feira ele vai se reunir com o seu agente, Juan Figer, para ouvir propostas que chegaram, para depois tomar uma decisão. Nesta quinta, o meia se reapresentou no CT Rei Pelé às 16h30 e fez apenas um treino regenerativo no departamento físico - nem chegou ir para o campo. No fim do jogo contra o Grêmio, Zé Roberto deixou em dúvida até a sua presença no jogo contra o Internacional, domingo, às 18h10, no Beira-Rio.

Agora, surge mais uma questão que poderá pesar na decisão de Zé Roberto. Ao apresentar o italiano Luca Toni e o francês Frank Ribéry, os dois novos reforços do Bayern para a próxima temporada, o diretor geral do clube, Uli Hoennes, condicionou o iminente acerto com Zé Roberto à sua desistência de voltar à seleção brasileira. O meia foi convocado por Dunga para a Copa América, a ser disputada de 26 de junho a 15 de julho, na Venezuela, e promete se apresentar com os demais jogadores na terça-feira para iniciar os treinamentos na Granja Comary, em Teresópolis. A pré-temporada do Bayer está prevista para começar no fim de junho, o que pode complicar a volta de Zé Roberto ao clube em que atuou de 2002 a 2006.

O silêncio do presidente santista, Marcelo Teixeira, em relação ao mais importante jogador do time tem uma explicação. Para quê o Santos vai precisar de um jogador tão caro se lhe resta disputar apenas o Campeonato Brasileiro? Outro motivo é que com a desclassificação na Copa Libertadores da América o clube sofrerá enorme prejuízos, o que o obrigará a adotar uma política de redução de custos no futebol, inclusive para que déficit de R$ 21 milhões, apontado no balanço de 2006, não continue aumentando.

O pior de tudo é que o Santos vai ficar de mãos abanando tanto na quase certa saída de Zé Roberto como na perda de Cléber Santana, que deve mesmo ir para o Atlético de Madrid. Na Vila Belmiro, a informação é de que o clube tem até o dia 20 para exercer o direito de preferência, na compra de 50% dos direitos federativos do volante, por R$ 1,25 milhão. Teixeira disse no Conselho Deliberativo que o clube precisa vender dois ou três jogadores para recuperar suas finanças. Dos jogadores que poderiam ser negociados, o Santos recebeu proposta apenas por Maldonado. O chileno detém 50% dos seus direitos federativos e o outros 50% pertencem ao Santos.