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Internacional
Quinta - 07 de Junho de 2007 às 06:00

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As forças de segurança do Paquistão estão em alerta para acompanhar os protestos de milhares de jornalistas em várias cidades do país contra a censura do regime do general Pervez Musharraf, que hoje deve falar à nação numa mensagem pela TV.

Os sindicatos de jornalistas do Paquistão convocaram os profissionais para protestos nas cidades de Islamabad, Lahore e Karachi, por volta das 18h (10h de Brasília). Os organizadores esperam a adesão de milhares de pessoas, apesar de as manifestações estarem proibidas.

O objetivo é denunciar uma emenda ao regulamento sobre mídia eletrônica (PEMRA), assinada na segunda-feira por Musharraf. Entre outras coisas, ela permite suspender o sinal de emissoras de TV e meios eletrônicos que divulguem conteúdos que o Governo julgue inapropriados.

O texto foi aprovado, mas o Governo decidiu manter a emenda provisoriamente suspensa numa reunião, ontem à noite, entre o primeiro-ministro, Shaukhat Aziz, e os proprietários de canais de televisão e jornais.

Segundo um comunicado oficial, no encontro foi decidido que a norma será revista por um comitê de seis membros, três deles do Governo e outros três da imprensa. Os analistas estão encarregados de apresentar um relatório ao primeiro-ministro para que ele avalie os próximos passos.

A decisão de revisar a emenda foi tomada poucas horas depois de o porta-voz do Departamento de Estado americano, Sean McCormack, pedir que o Paquistão adotasse "as novas liberdades que estão emergindo na sociedade", entre elas as "relativas à liberdade de expressão".

Os protestos previstos para hoje, após a detenção de cerca de 500 opositores, estão ligados também à crise judicial provocada pela suspensão do chefe do Tribunal Supremo, Iftikhar Chaudhry. Ele foi afastado de seu cargo por Musharraf em março.

A suspensão provocou uma inundação de críticas e uma crise sem precedentes entre o Poder Judiciário e o Executivo, que levou a um movimento de contestação ao regime.

A cobertura na imprensa dos protestos contra a suspensão de Chaudhry levou o Governo a avisar aos meios de comunicação que eles estavam "passando do limite". Algumas transmissões de TV foram cortadas.




Fonte: EFE

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